Não sei quem daí de vocês me segue no Insta ou no Medium, mas faz um mês e meio que comecei um exercício criativo para ocupar um pouco a minha cabeça durante a pandemia. Em tempos de tanta notícia e informações deprezíssimas e sem poder sair de casa para espairecer, é normal que nosso cérebro fique pensando nisso nas horas ociosas. Pois bem, a fim de evitar essa preocupação constante, me propus escrever contos para imaginar cenários diferentes para a humanidade. São contos curtos, que levo de 3 a 4 horas para escrever, e que posto nas duas redes citadas acima. O objetivo desse exercício é recriar outros "normais", tendo em vista que no momento só se fala em volta ao normal ou sobre um novo normal. Assim, quando estou no banho ou viajando enquanto lavo louça, não fico apenas preocupado com o futuro e a escalada de absurdos acontecendo ao meu redor, e sim devaneando ativamente em busca de novas histórias para esses contos. O resultado tem sido legal e vocês podem conferir todos os textos no meu Medium (o tempo de leitura deles fica na média de 3 minutos): A sociedade que nunca parava, O meteoro que veio para ficar, As pessoas que esqueceram de tudo, O país que deixou de ser país e As pessoas que não podiam ficar em casa. Bem, pra falar a verdade, eu continuo pensando na mesmíssima coisa né. Futuro, novas possibilidades, pra onde essa porra vai ir, etc. A diferença é que agora estou criando algo na minha cabeça que vai virar algo tangível depois, não apenas elocubrando sem chegar em lugar algum. E isso tem me feito super bem :) Como eu trouxe na newsletter retrasada, esse é um momento (pra quem tem esse privilégio) de reflexão, uma pausa que recebemos do destino e que nos possibilita a chance de ajeitar o curso das coisas para chegarmos num futuro melhor, e é o que tenho tentado fazer. Por outro lado, diariamente eu sou surrado com notícias que me levam a crer que até o futuro está em jogo. E eu sinceramente acho que ele está. Não a vida humana, isso não. A gente é forte, resiliente, uma raça maldita difícil de se derrubar hahaha O que eu acho que está em jogo é a vida como conhecemos. Esse sistema econômico, político e social. Isso vai mudar, não tem como continuar assim. É muita tensão, muita força sendo exercida de todos os lados. Não é só em um país, ou em dois. A parada está sinistra em MUITOS e o nosso sistema não consegue dar conta sozinho de tantas demandas. Nunca deu, só que agora chegamos ao topo do balde. Mais algumas gotas e ele transborda. A história nos mostra que revoluções são precedidas por momentos de extrema instabilidade. E uma tempestade perfeita parece estar se formando. Não sou sociólogo, estudioso político nem economista, mas não precisa muito pra enxergar uma possível ruptura logo ali na frente. Vai ser uma guerra? Vai ser uma parada pacífica? Vai ser em alguns lugares e outros não? Não sei. Só sei que algo vai mudar. Algo PRECISA mudar. Estou cansado da desigualdade, desinteresse, desapego e destruição que esse sistema aplica na gente. Se voltar ao normal é voltar para as coisas como elas eram, não contem comigo. Eu quero a ruptura. Eu quero um mundo novo. Estou aberto a ele, torcendo que seja melhor. Mas respostas ainda não tenho. Vou continuar meu exercício criativo. Seja pra não ficar louco, seja para ajudar nessa construção. Espero que gostem dos links. - A destruição da Amazônia, explicada ano a ano. - Os islandeses e sua filosofia para lidar com os obstáculos da vida. - Interessantíssimo podcast com Sidarta Ribeiro sobre sonhar um mundo novo. - Um gráfico sensacional pra mostrar a desigualdade financeira que existe no mundo hoje. - David Foster Wallace nos fazendo pensar sobre o nosso uso da internet e das redes sociais. - A criatividade precisa de paradoxos para fluir. Tô muito otimista ou pessimista? hahah Fiquem bem. <3 |
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