As críticas agressivas do presidente Jair Bolsonaro levaram os ministros do Supremo Tribunal Federal a se unir de forma inédita em defesa da instituição. O entendimento entre os magistrados é de que não haverá ofensiva do governo, apesar das agressões. Para eles, é hora de se concentrar nas atividades da Corte e “não se igualar” aos ataques.
O que acontece agora: uma próxima medida do STF pode vir de uma iniciativa da Procuradoria-Geral da República, que pediu novas diligências contra aliados de Bolsonaro, desta vez no inquérito que investiga manifestações antidemocráticas. O presidente participou de um desses atos, em Brasília.
O que foi dito: ontem, Bolsonaro elogiou o procurador-geral Augusto Aras e sugeriu que ele pode ser indicado ao STF, caso surja “uma terceira vaga” na Corte. Até 2022, ano em que termina seu mandato, Bolsonaro poderá indicar dois nomes ao tribunal.
O deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, aventou a possibilidade de as Forças Armadas atuarem para pôr “panos quentes” na relação entre os Poderes. O vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, ambos generais da reserva do Exército, negaram risco de golpe de Estado.
Outro olhar: apoiadores de Bolsonaro intensificaram a militância nas redes sociais contra o STF após a operação que investiga empresários e blogueiros aliados ao governo. O repórter Guilherme Caetano rastreou o início da mobilização.
O desemprego avançou no país para 12,6% no trimestre encerrado em abril, já impactado pela paralisação de atividades provocada pela pandemia do novo coronavírus. São 12,8 milhões de pessoas em busca de trabalho, indicam dados do IBGE.
A crise, no entanto, é mais intensa para o trabalhador informal. Dos 4,9 milhões de brasileiros que perderam o emprego no trimestre, 3,7 milhões eram profissionais sem carteira assinada.
Em paralelo: o auxílio emergencial de R$ 600 destinado aos informais deve ser prorrogado para além dos três meses previstos, afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. A equipe econômica debate a ampliação da medida, com redução do valor mensal.
Em detalhes: o governo gastou R$ 59,4 bilhões em abril com as medidas contra os efeitos da pandemia. Naquele mês, as contas públicas registraram rombo de R$ 92,9 bilhões, o pior resultado desde 1997.
Aconteceu ontem: a Câmara aprovou o texto principal da medida provisória 936, que permite a redução de jornada e salário de trabalhadores por até três meses. Parlamentares alteraram o texto para permitir que o governo prorrogue esse período, por decreto. A MP ainda será analisada pelo Senado.
O Rio parece condenado a não apenas incorporar crises nacionais, como também exacerbá-las
Viu isso?
Alianças: Bolsonaro admitiu que está entregando cargos para indicados do centrão e disse que conversa com partidos sobre eleição de 2022.
Governo do Rio: dois dias após ser alvo da PF, Wilson Wiztel exonerou os secretários da Casa Civil e da Fazenda.
Notáveis: os especialistas que auxiliavam o governo do Rio na pandemia deixaram o comitê científico após a saída de secretário investigado.
Sem tempo: após o TCE determinar suspensão de repasses, organização social admitiu atrasar ainda mais a entrega de hospitais de campanha. A inauguração de unidade em São Gonçalo foi adiada pela quinta vez.
Plano de Crivella: a prefeitura do Rio prevê a retomada de atividades econômicas em seis fases, com intervalos de 15 dias entre cada etapa.
Irritado com o Twitter: alegando ser alvo de censura, Trump assinou decreto executivo que tenta limitar proteção às empresas de redes sociais.
Cantora lança o disco ‘Tijolo por tijolo’, o primeiro de inéditas em sete anos, faz lives solidárias e acredita no renascimento do Brasil pós-quarentena
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