A transcrição de trechos do vídeo da reunião ministerial do último dia 22 revela que o presidente Jair Bolsonaro se queixou de falta de informação e citou a Polícia Federal (PF), ao contrário do que ele havia dito ao se defender das acusações do ex-ministro Sergio Moro. A reclamação se estendeu a outros órgãos de inteligência, como a Abin, e o presidente ameaçou: “Vou interferir”.
Na reunião, Bolsonaro disse que tentou trocar gente da “segurança nossa” no Rio, o que o Palácio do Planalto afirma se tratar da segurança da família do presidente: “Eu não vou esperar foder minha família toda de sacanagem, ou amigo meu”, afirmou Bolsonaro.
O que está acontecendo: a transcrição foi entregue ao Supremo Tribunal Federal pela Advocacia-Geral da União (AGU), que pediu divulgação apenas dos trechos. A defesa de Moro, que defende a liberação da íntegra do vídeo, afirmou que a petição da AGU “omite contexto e trechos relevantes” da reunião.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu, junto ao STF, que seja mantido sigilo parcial da gravação. Segundo ele, a divulgação completa serviria de “arsenal de uso político” e criaria “instabilidade pública”.
Em detalhes: a deputada Carla Zambelli disse a Moro, em mensagem enviada no dia 23 de abril, um dia após a reunião ministerial, que se o então ministro deixasse o governo, Bolsonaro iria “cair”. Na mesma data, ela afirmou que conversava com Moro a pedido do Planalto.
O Brasil deve encerrar o ano com perda de 3 milhões de postos de trabalho formais, projeta o Ministério da Economia. Caso confirmado, o número é superior ao das vagas eliminadas durante a crise de 2015 a 2017. A pasta prevê que 7,7 milhões de trabalhadores terão acesso ao seguro-desemprego este ano.
Em paralelo: o governo está revisando o programa de R$ 40 bilhões para financiar a folha de pagamento. Até o dia 11, apenas R$ 1,4 bilhão havia sido concedido. Segundo Mansueto Almeida, secretário do Tesouro Nacional, a regra que impede demissões tem reduzido o interesse de empresas pela linha de crédito.
Aconteceu ontem: o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes participaram de videoconferência com empresários. Na reunião, Bolsonaro atacou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e pediu para o grupo “jogar pesado” com os governadores. “É guerra”, afirmou. Participantes consideraram o debate improdutivo, por falta de propostas efetivas.
Depois de conversar com Mourão, fiquei convencido de um ambiente conturbado no Palácio do Planalto. Vice-presidente fez convite ao entendimento entre as forças políticas
Viu isso?
Despesas: o Ministério Público que atua junto ao TCU pediu investigação sobre o uso de cartão corporativo de Bolsonaro, após reportagens mostrarem gasto de R$ 6,2 milhões em três meses.
Amigo do chanceler: um diplomata brasileiro recebeu salário em dólar, auxílio-moradia em euro, como se estivesse em Paris, e diárias para trabalhar em Brasília.
Impactos: a Petrobras registrou prejuízo de R$ 48,5 bilhões no primeiro trimestre, o pior resultado da história da empresa.
Gestão ambiental: o governo transferiu a concessão de florestas públicas federais do Ministério do Meio Ambiente para a Agricultura.
Eleições 2020: o STF manteve as datas do calendário eleitoral, ao rejeitar pedido para suspender prazos por causa da pandemia.
Facada: Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho quando atacou Bolsonaro na campanha de 2018, concluiu a Polícia Federal em novo relatório.
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