Muita gente que nunca tinha investido em ações resolveu entrar na Bolsa recentemente para tentar turbinar os ganhos, em tempos de juros baixos na renda fixa. Logo nos primeiros meses de 2020, veio a decepção: o Ibovespa, principal indicador da Bolsa brasileira caiu 1,63% em janeiro e mais mais 8,4% só em fevereiro. Nessa situação, é natural que a primeira reação do investidor seja a de sacar o dinheiro da Bolsa para estancar a sangria. Mas é importante resistir a esse impulso e pensar com calma antes de tomar uma decisão. A recomendação padrão de consultores financeiros é a de que o investidor deve ter em mente que a renda variável é uma aplicação de longo prazo. Nesse horizonte, acima de cinco anos, pelo menos, aumenta a possibilidade de ganhos. Os mesmos especialistas destacam, porém, que essa recomendação muda de acordo com dois fatores: - Se o investimento é de curto ou longo prazo
- Quanto o investidor já conseguiu ganhar no mercado
Veja dicas do que fazer em cada situaçãoCurto prazo (até cinco anos): Quem tem objetivos de curto prazo deve definir "gatilhos" de saída da Bolsa. Por exemplo, estabelecer que vai vender a ação se ela cair 5%. "Esse gatilho é conhecido como stop loss [limite de perdas] e ajuda o investidor a não sofrer grandes perdas em momentos de mercado mais turbulento", afirma o diretor de investimentos do banco BS2, Christiano Ehlers. Longo prazo (mais de cinco anos): Se você aplicou parte de sua poupança na Bolsa como parte de uma aposentadoria ou plano futuro, como comprar imóvel, por exemplo, o melhor é deixar o dinheiro lá. Sacar agora significa assumir a perda registrada nesses dias. Além disso, como o plano é pegar o dinheiro apenas em alguns anos, analistas dizem que vale a pena aproveitar que o preço das ações caiu para comprar mais papéis de empresas que te agradem. É o que faz, por exemplo, Luiz Barsi, um dos maiores investidores pessoa física da Bolsa. Na semana passada, ele afirmou estar "adorando" a queda da Bolsa porque as ações estão "uma pechincha". Longo prazo, mas perto de precisar do dinheiro: Você aplicou na Bolsa com objetivo de longo prazo, mas fez os aportes há alguns anos e vai precisar do dinheiro no curto prazo, digamos, dentro de um mês. Nesse caso, o mais indicado é vender mesmo as ações, pois a instabilidade pode continuar por mais algumas semanas. Essa dica vale mais ainda se em sua carteira há papéis de empresas que estão sofrendo mais com o dólar alto, caso de companhia aéreas, por exemplo. Curto prazo e que ainda está ganhando: Se o investidor aplicou para sacar em um prazo curto, por exemplo, de um ano, vale a pena checar quanto sua carteira já rendeu, especialmente se falta pouco tempo para sacar. Mesmo que o rendimento da carteira tenha caído nos últimos meses, se o ganho hoje ainda estiver batendo seu objetivo, digamos, mais de 10%, talvez valha a pena vender os papéis agora. O ciclo de baixa do mercado pode durar mais um pouco e corroer mais ainda o ganho que havia sido apurado. Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande um email para uoleconomiafinancas@uol.com.br |
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