Bom dia, coronnial. Como você está lidando com a pandemia? Já bateu a solidão? Está difícil conviver com a gata ou o gato e em breve vai rolar um covidivórcio, ou será que você está na turma dos que terão coronababies? Os tempos mudaram para todo mundo, e aqui no TAB a gente faz o possível pra te ajudar a dar um passo atrás, respirar fundo e encarar análises ainda pouco exploradas sobre esse momento maluco da história. Pega o café (mas não muito, pra não precisar voltar logo no mercado) e vem ler os nossos destaques da semana. Historiador da quebradaNascido há 25 anos na periferia de Belo Horizonte, Djonga traduz em música, para milhões de pessoas, as histórias da sua área. Como um dos rappers mais influentes da nova geração, ele fala de diversidade, racismo e a vida na favela nas letras, e contou ao TAB um pouco de sua própria história. No nosso especial da semana, Djonga abre uma garrafa de vinho e conversa com o repórter Tiago Dias num vídeo que vai te fazer se sentir numa conversa de bar entre amigos. Assista aqui. Futuro em suspensoA geração Z está virando adulta em meio a um mundo que mudou de um mês para o outro, e vai precisar se adaptar de acordo. Por enquanto, dominam os memes sobre não poder sair com os amigos, a impossibilidade de acionar os contatinhos e a vida online ainda mais agitada. Pragmáticos e niilistas, eles estão navegando a pandemia na boa, na medida do possível. Por outro lado, os millennials, já no mercado de trabalho, encaram a mudança de uma forma um pouco diferente. Para o antropólogo Michel Alcoforado, somos a geração mais pronta para encarar essa vida de home office, e ainda por cima estamos adorando tomar para nós a responsabilidade de "salvar o mundo" ficando em casa. Leia a análise sobre como essas duas gerações estão lidando com o novo coronavírus de maneiras distintas. Ovada dos 'santa ceciliers' A verdade é que, não importa a geração, vai ter gente mal-educada em todas as faixas etárias. Quem saiu nas ruas nas últimas semanas (seja para ir ao mercado, fazer exercício físico ou mesmo trabalhar) correu risco não apenas de entrar em contato com o novo coronavírus, mas também de ser humilhado publicamente e até levar uma ovada na cabeça. Relatos pipocaram na internet de pessoas que, sem saber da interdição, passaram pelo Elevado João Goulart (o Minhocão) em São Paulo, e foram hostilizadas por moradores dos prédios do entorno. Vem entender o que essa cultura policialesca de vigilância alheia diz sobre a nossa sociedade. Vida nas ruasEnquanto alguns têm o privilégio de achar a quarentena entediante e só sair de casa por necessidade extrema, boa parte da população fica exposta diariamente ao risco de ser infectada pelo novo coronavírus, seja pela profissão, que não permite home office, ou pela condição de moradia. Nesta semana, Marie Declercq conta como as trabalhadoras sexuais são afetadas pela pandemia, que exige afastamento social e, portanto, a paralisação da única fonte de renda de muitas delas. Já Henrique Santiago conversou com especialistas para relatar como a população em situação de rua em São Paulo está ou não sendo cuidada nesse momento. E a economia?A verdade é que o mercado de trabalho já está sofrendo fortemente com a pandemia em diversos países. Para preservar a vida de milhões, há setores completamente paralisados, sem dinheiro girando, e por isso sem necessidade de mão de obra (ou sem dinheiro para pagá-la). Mas vale lembrar que o capitalismo foi criado por nós, humanos, e somos também nós os responsáveis por adaptar essas engrenagens para não deixar o mundo estagnar. José Roberto Castro traz exemplos de como 5 governos tentam evitar a demissão em massa em tempos de covid-19. Leia aqui. O pior momento da democracia liberalE falando em gestão de economia e política em diferentes países, um modelo que não anda muito bem na conta, ao que tudo indica, é o da democracia liberal. Para o cientista político Fernando Bizzarro, aliás, ela passa por uma crise sem precedentes. Mesmo sem uma alternativa clara delineada por enquanto, a insatisfação com o modelo que atualmente rege boa parte dos países é inegável. E uma crise como a do novo coronavírus mexe ainda mais com esse cenário. Leia a entrevista completa com Bizzarro aqui. Dá para confiar nos números?Sem testar todo mundo, fica impossível dizer quantas pessoas realmente estão infectadas pelo novo vírus. Isso é um problema aqui no Brasil, mas não só. No Japão, onde a vida segue com relativa normalidade apesar do adiamento da Olimpíada, há sérias dúvidas se os números oficiais refletem a realidade de infectados e mortos pela doença no país. Será que o pior já passou ou ainda está por vir? E, na China, o diretor-executivo de um jornal com sede em Hong Kong afirmou que um terço dos testes positivos está sendo escondido pelo governo. Entenda melhor a situação atual no primeiro país afetado. Wuhan antes da covid-19Os dados oficiais (que, como vimos, merecem atenção redobrada e certa desconfiança) apontam que Wuhan, primeiro epicentro do novo coronavírus, se recupera. Mas a cidade ficou marcada pelas notícias do vírus, e consequentemente é alvo de preconceito. Para mostrar a vida na Wuhan que conhece desde a infância, a ilustradora Laura Gao se dedicou a criar quadrinhos sobre a vida na cidade e publicá-los na internet. Tiago Dias conversou com a artista, que conta como resgatou a beleza das histórias locais. Confira aqui. |
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