O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mais uma vez contrariou as orientações mundiais em saúde ao sair ontem para "falar com o povo" e passar pelo Distrito Federal pelas regiões de Ceilândia, Taguatinga e Sobradinho. Hoje, ele demonstrou irritação com as críticas: "Não fui passear, não", disse hoje ao deixar o Palácio da Alvorada. Segundo Bolsonaro, "não é apenas a questão de vida, é a questão da economia e do emprego também". Por conta das atitudes e do discurso adotado pelo presidente, nomes como o dos ex-candidatos à presidência Ciro Gomes e Fernando Haddad assinaram um manifesto pedindo sua renúncia. Além disso, nove partidos emitiram uma nota conjunta criticando o passeio do presidente e dizendo que podem acionar a Justiça. Já o MPF (Ministério Público Federal) solicitou à Justiça Federal do Rio de Janeiro que o governo seja multado pelo fato do presidente ter descumprido decisão judicial que proibia a União de adotar qualquer ato de estímulo contra o isolamento social. A Justiça deu prazo de 24 horas para que o governo explique o passeio de Bolsonaro. Isolamento políticoAlém de contrariar as orientações públicas do Ministério da Saúde, Bolsonaro tem dito a auxiliares que está de "saco cheio" de Luiz Henrique Mandetta, chefe da pasta. Ele só não o demitiu até agora para evitar agudizar a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, informa o colunista do UOL Tales Faria. O clima com os governadores também segue tenso neste início de semana. João Doria (PSDB-SP) afirmou: "Não sigam as orientações do presidente. Ele não orienta corretamente e não lidera no combate ao corona e na preservação à vida". Já o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), disse que Bolsonaro pode ser acusado de crimes contra a humanidade por desrespeitar reiteradamente as determinações sanitárias no combate à covid-19. * O Ministério da Saúde anunciou hoje que subiu para 159 o número de mortes em decorrência do novo coronavírus no Brasil — 23 vítimas nas últimas 24h. No total, são 4.579 casos oficiais confirmados no país — um aumento de 323 casos em um dia — e 3,5% de letalidade, informou o Ministério. |
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