A polêmica em torno da postura de Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o isolamento social ganhou novo capítulo após o presidente, contrariando as orientações das maiores autoridades em saúde do mundo, voltou a tocar no assunto. O presidente distorceu um posicionamento da Organização Mundial da Saúde e insinuou que a entidade estaria alinhada às suas críticas ao isolamento social. A fala foi rapidamente refutada pelo diretor-presidente Tedros Ghebreyesus. Sem citar expressamente o nome de Bolsonaro, a OMS publicou duas mensagens nas redes sociais afirmando que "pessoas sem fonte de renda regular ou sem qualquer reserva financeira merecem políticas sociais que garantam a dignidade e permitam que elas cumpram as medidas de saúde pública para a covid-19 recomendadas pelas autoridades nacionais de saúde e pela OMS". Em entrevista coletiva na tarde de hoje, o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou que as pessoas mantenham medidas de isolamento social como forma de retardar a velocidade de transmissão do novo coronavírus no país. "Nós vamos trabalhar com o máximo de planejamento, e no momento nós vamos fazer sim o máximo de distanciamento social para que a gente possa, chegando ao ponto de falar: 'estamos mais preparados, entendemos aonde vamos'. Aí a gente vai liberando e monitorando pela epidemiologia", afirmou. A expectativa é que o presidente volte a tocar no assunto no pronunciamento televisivo de hoje à noite, marcado para as 20h30. * Enquanto o presidente e o ministro da Saúde trocam farpas em torno das medidas para conter o avanço da pandemia, o Brasil sofre com recordes de mortos em decorrência da doença: foram 201 novos casos, um aumento de 42 vítimas em apenas um dia. No total, são 5.717 casos oficiais confirmados no país — 1.138 diagnósticos confirmados em um dia — e 3,5% de letalidade, informou o ministério. Em São Paulo, o número de mortes também atingiu novo patamar: com 23 casos de ontem para hoje, o estado se aproxima de ter uma morte por hora. |
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