Bom dia!
Investidores celebram de forma contida o resultado da eleição na Alemanha, realizada no domingo. E faz sentido, dado que o saldo final bateu com as pesquisas de intenções de votos. A CDU, o partido de direita que passou dezesseis anos no poder durante a era Merkel, volta ao poder. Também como esperado, o partido de extrema-direita AfD se consolidou como a segunda maior força política do país.
Agora, a CDU precisa se reunir com os demais partidos para formar um governo que tenha mais de 50% dos assentos no Parlamento. Uma coalizão com a AfD continua a ser um saudável tabu que tenta proteger a democracia alemã do extremismo.
O problema é que Friedrich Merz, o provável novo chanceler alemão, passou os últimos dois meses de corrida eleitoral dinamitando pontes com os demais partidos e afirmando que gostaria de fazer uma coligação com uma única sigla – com a AfD de fora, a única possibilidade é chamar o SPD. Os sociais-democratas, do atual chanceler Olaf Scholz, tiveram seu pior desempenho em mais de 100 anos, mas ainda arrecadaram mais votos que os Verdes e são a única possibilidade de formação de governo com dois partidos, em vez de três.
A margem de manobra também se estreitou porque os liberais do FDP não atingiram o mínimo de 5% dos votos e estão fora do Parlamento, assim como o recém-fundado BSW.
Houve ainda a surpreendente recuperação da Esquerda, que fechou a eleição com 8% dos votos e avanços sólidos em Berlim.
Agora, empresários pressionam para uma rápida formação de coalizão, com a ambição de que o Parlamento volte a funcionar e possa tocar reformas necessárias para tirar a economia alemã da paralisia.
O índice alemão Dax avança quase 1% nesta manhã, enquanto o euro sobe ante do dólar. Um dos desafios da bolsa alemã é que o índice já é negociado muito próximo das máximas históricas, tornando novas altas uma aposta arriscada. Só neste começo de 2025, o Dax já avançou 12%.
Nesta segunda, o sinal também é positivo do outro lado do Atlântico, com os futuros americanos em alta. A segunda-feira ainda começa em ritmo lento quando o assunto são indicadores econômicos, mas deve ganhar força até o final da semana, quando saem dados de PIB dos Estados Unidos e a inflação usada pelo Fed. No mercado doméstico, IPCA-15 e dados de emprego movimentam a semana pré-carnaval. Bons negócios.
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