Bom dia!
A semana começa com noticiário carregado para investidores, tão intenso que fica difícil mensurar o que vai pesar mais na hora de guiar os mercados. Nesta segunda, o Congresso volta do recesso e recoloca na pauta de votações a agenda econômica, crucial para apoiar as expectativas do mercado.
É um tema sensível por dois motivos. Primeiro, executivo e legislativo têm travado uma disputa pelo controle do orçamento, um tema ainda mais sensível em ano de eleições municipais – quando parlamentares querem exercer influência nas disputas em suas regiões de origem. A segunda razão é justamente a corrida eleitoral, que encurta o calendário de votações no Congresso.
Ainda assim, quem dá o pontapé nos negócios da semana é o noticiário corporativo. Isso porque até o sino da B3 soar, às 10h da manhã, as varejistas Arezzo e Grupo Soma devem anunciar oficialmente o acordo de fusão das empresas, que criará um gigante de R$ 12 bilhões em valor de mercado – a Renner, líder varejista, está avaliada em R$ 15 bilhões.
A negociação para a união das companhias foi tornada pública na semana passada, e o acordo teria sido fechado no final de semana. A expectativa é de que o CEO da Arezzo, Alexandre Birman, será o presidente da nova companhia.
Para além da megafusão, a temporada de balanços, com os números fechados de 2023, começa a ganhar força. Nesta manhã, o BTG divulgou lucro de R$ 10,4 bilhões no ano passado, alta de 25% sobre 2023. Os ativos sob gestão saltaram a R$ 1,6 trilhão.
No fim do dia, é a vez do Itaú publicar seus números. Dos grandes bancos brasileiros, é o que melhor se saiu da crise de inadimplência derivada da alta taxa de juros dos últimos dois anos.
Falando em juros, a Faria Lima ainda tem o exterior para olhar. Era noite de domingo e, esperamos, você estava relaxando para começar a semana com carga total. Mas, nos EUA, a rede de TV CBS transmitiu uma entrevista com o presidente do Fed, Jerome Powell. Na conversa, ele foi mais uma vez enfático em dizer que investidor algum deveria contar com queda nos juros americanos na reunião de março.
Depois da superquarta, já não era para ter restado dúvida. Mas Powell foi na linha "não custa repetir".
Na entrevista, ele afirmou temer que um corte de juros cedo demais possa tirar a inflação do caminho para a meta de 2% ao ano. "A coisa prudente a se fazer é dar um tempo para ver se os dados continuam a confirmar que a inflação está caindo a 2% de uma maneira sustentável", afirmou.
Ainda que seja uma "notícia velha", foi o suficiente para fazer Wall Street começar a semana no terreno negativo. Os futuros das bolsas americanas recuam e pesam também sobre o EWZ, o ETF da bolsa brasileira em Nova York. Petróleo e minério de ferro também cedem, confirmando um dia difícil para o Ibovespa. Bons negócios.
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