Bom dia!
A bolsa brasileira começa sob o peso dos resultados financeiros do Bradesco. O banco da Cidade de Deus fechou 2023 com um lucro de R$ 16,3 bilhões, o menor desde 2014.
O resultado foi 21% menor que o de 2022. No recorte do último trimestre, o banco lucrou R$ 2,9 bilhões, o que representa uma alta de 80% na comparação com o 4º trimestre de 2022, mas ainda assim houve uma queda de ante o período imediatamente anterior.
Comparando as entregas em relação aos guidances apresentados, o banco não cumpriu com os planos de crescimento de carteira de crédito e nem de geração de margem financeira (a receita gerada com juros, seja no crédito ou nas operações a mercado). A despesa para cobrir possíveis calotes ficou no limite superior da régua indicada a investidores.
O Bradesco é o segundo maior banco privado do país e uma das instituições financeiras mais democráticas quando se trata de clientes atendidos. E, justamente por isso, foi o banco que sofreu o maior impacto com calotes do ciclo de juros altos. A inadimplência acima de 90 dias ainda está na faixa de 5%, o que é superior à media do mercado. Os calotes fecharam 2023 em 3,3%, de acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central.
Após a sequência de resultados decepcionantes, o Bradesco fez um movimento heterodoxo no mundo financeiro: no fim de novembro, anunciou a demissão de Octavio de Lazari do cargo de CEO e indicou Marcelo Noronha para o posto.
A troca no comando do banco levou a uma sequência de demissões em cargos de diretoria, entre pessoas que foram cortadas ou renunciaram a seus postos.
Nesta manhã, Noronha falará ao mercado não apenas sobre os resultados passados, mas tentará dar uma sinalização de como fará a instituição recuperar a sua rentabilidade histórica. O ROE (retorno sobre o ativo) está na faixa de 10%, muito abaixo do patamar de 20% que os bancões costumam entregar.
Os papéis do Bradesco começam a manhã em baixa de 0,90% em Nova York, isso após uma subida de 7% na véspera. O EWZ recua 0,18%.
Isso num dia que Nova York se recusa a dar uma direção para investidores. Os futuros dos três principais índices operam com padrões distintos nesta manhã. O andamento do pregão dependerá das falas de dirigentes do Fed ao longo do dia, dado a agenda esvaziada de indicadores.
Na China, Xi Jinping trocou o chefe de regulação do mercado de capitais, em mais um dos movimentos para tentar conter a liquidação das ações chinesas. O índice CSI 300 emendou uma segunda alta, mas o Hang Seng, em Hong Kong, voltou a cair nesta quarta.
Já o minério de ferro voltou a subir em Dalian, na China, um empurrão para Vale e suas concorrentes na B3. A ver se elas serão capazes de compensar o efeito-Bradesco.
Bons negócios.
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