Em contraponto ao parecer a ser apresentado pelo relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), os senadores da bancada governista preparam um relatório paralelo. A reportagem é de Hanrrikson de Andrade e Luciana Amaral. Os objetivos do documento são contestar informações e interpretações contrárias aos interesses do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e oferecer uma espécie de contranarrativa para a opinião pública. Também deve reconhecer falhas e dizer o que pode ser aperfeiçoado. Segundo a avaliação de senadores ouvidos pela reportagem, um relatório paralelo se faz necessário para rebater pontos importantes, como a demora no processo de compra de vacinas e consequente vacinação, o suposto gabinete paralelo de assessoramento a Bolsonaro e a possível teia de irregularidades (corrupção, lavagem de dinheiro, entre outros crimes) envolvendo pessoas ligadas ao governo federal. A expectativa é que o documento também tenha como um dos pontos de maior interesse a defesa da autonomia médica para que medicamentos como cloroquina e ivermectina sejam receitados a pacientes com o novo coronavírus. O relatório paralelo deve ser apresentado como alternativa ao documento do relator oficial, mas terá pouco ou nenhum efeito prático. Isso porque a ala governista está em minoria na CPI, o que deve permitir que o texto de Renan seja aprovado com certa folga.
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