O repórter Eduardo Militão conseguiu, via Lei de Acesso à Informação, um levantamento da PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) que aponta que 16 entidades religiosas devem R$ 1,6 bilhão em impostos. O volume de débitos representa 81% de todas as dívidas de 9.230 instituições evangélicas, católicas, espíritas e islâmicas devedoras em todo o país. Neste grupo, nenhuma entidade deve menos de R$ 20 milhões. Fazem parte da lista entidades comandadas por figurões evangélicos aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que atuou pelo perdão a dívidas tributárias de igrejas. As igrejas não pagam impostos no Brasil. No entanto, quando a Receita Federal descobre que atuaram com fraude, como se fossem empresas, elas são taxadas com imposto de renda e CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido). Quem lidera o ranking é o Instituto Geral Evangélico, que deve R$ 526 milhões em Fundo de Garantia, imposto de renda, contribuições ao INSS e Cofins. A instituição aparece com endereço no Rio de Janeiro, mas seu presidente, o publicitário José Augusto Cavalcanti Wanderley, vive em Petrópolis. Em segundo lugar está a igreja Ação e Distribuição. Oficialmente, a instituição foi registrada em 2004 em nome de um funileiro aposentado de 58 anos de Cotia (SP). Ele faleceu oito meses depois. Mas, segundo a Polícia Federal, a entidade nem sequer existiu. Uma academia de ginástica funciona no local registrado como sua sede. Em terceiro no ranking de devedoras vem a Igreja Mundial do Poder de Deus, do apóstolo Valdemiro Santiago. A instituição possui 42 inscrições de débitos, como multas trabalhistas, Fundo de Garantia, imposto de renda, PIS e débitos previdenciários. A igreja do pregador que gosta de usar chapéus de boiadeiro deve R$ 153 milhões, segundo a PGFN.
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