Culparam essa carne deliciosa (e inocente) | Dr. Naif Thadeu , Cirurgião e Nutrólogo |
Olá, como vai você? Uma das coisas mais tristes que eu presencio, enquanto médico, é o paciente desiludido e sem esperanças com o próprio tratamento. No caso de quem quer emagrecer, controlar o diabetes, barrar o infarto ou qualquer outra condição semelhante, orienta-se, não raro, uma alimentação terrível. Sem gordura e sem sabor, parecendo comida de passarinho. E nessa caça às bruxas, muitos são os alimentos injustamente perseguidos pela medicina clássica e desatualizada. Alimentos deliciosos que você poderia estar consumindo. Dá para acreditar? Olha só: uma vez, saiu uma notícia em uma grande revista popular associando o consumo de carne ao câncer. A manchete era estarrecedora: Mas bastava dar uma olhada atenciosa na pesquisa citada para entender toda a fragilidade que sustentava aquele estardalhaço com o bacon. O estudo foi feito com meio milhão de pessoas, homens e mulheres, entre 40 e 69 anos. Eles foram observados pelos pesquisadores por quatro anos. À primeira vista, parece algo impressionante, certo? Mas, quando vamos a fundo, percebemos todas as lacunas presentes no estudo. Em primeiro lugar, os participantes tinham que preencher, durante todos esses anos, um questionário alimentar de 75 páginas, discriminando todos os elementos das suas refeições passadas. Você consegue lembrar o que comeu na terça-feira da semana passada? É provável que não. Isso, por si só, já derruba a confiabilidade das respostas dos participantes. O tal "estudo" também não levava em consideração outros hábitos dos participantes. | Você é diabético ou pré-diabético? Então veja isso… | | Já pensou em baixar a glicemia em 3 dias? Voltar a comer com prazer e sem culpa? Eliminar a dependência de remédios? E riscar a chance de amputações, cegueira e infartos? Se sim, o Dr. Naif Thadeu revela o sistema natural de 3 etapas capaz de prevenir, combater e reverter o Diabetes > Clique aqui para conhecer este sistema. | |
No caso de quem comia mais carne processada, o que mais eles comiam? Será que se exercitavam? Eram fumantes? Tudo isso é importante para cravar um resultado absoluto. Mas não foram dados levados em conta pelos pesquisadores. Quando fui olhar as tabelas de resultados, mais confusões: quem comia carne processada e não processada, de duas a três vezes por semana, tinha um risco relativo 10% maior de desenvolver câncer colorretal . Já no caso de quem comia mais de quatro vezes, o risco caía, indo para 9%. Ou seja, o estudo não conseguiu provar que quem come mais carne tem mais câncer. Por isso, estudos observacionais nem sempre têm as melhores evidências científicas. Muitos deles, como esse de que falei, são mal conduzidos. Eu, como médico, com a experiência na prática, com tudo que eu estudo, jamais recomendaria que você parasse as gorduras de origem animal apenas para se prevenir de câncer e doenças cardiovasculares. Muito pelo contrário. Uma meta-análise de 21 estudos, incluindo 347 mil indivíduos seguidos por entre 5 e 23 anos, concluiu que a ingestão de gordura saturada NÃO AUMENTOU o risco de doença coronariana ou AVC. Portanto, você não precisa ter medo das gorduras de origem animal, como banha de porco, bacon e carnes gordurosas. O que você precisa temer é o refrigerante, a bolacha recheada, o macarrão instantâneo, a overdose de frutas… Gordura, está mais do que liberada. Abuse do óleo de coco, da manteiga ghee, do azeite (apenas para temperar a salada, ok?), da maionese caseira, das carnes gordas e você verá que: - Você não vai engordar;
- Você não vai ter uma pane cardíaca;
- Você não vai ver o colesterol disparar.
Você vai, na verdade, se sentir mais forte, com o raciocínio veloz e as taxas de açúcar despencando no sangue, sem passar mal. Ah, a perda de peso é apenas uma consequência disso tudo. Mas ela também vem! Então, me despeço de você com uma dica final: liberte o bacon. Ele não merece ser perseguido assim. Um abraço, Referências bibliográficas: - Siri-Tarino, Patty W et al. "Meta-analysis of prospective cohort studies evaluating the association of saturated fat with cardiovascular disease." The American journal of clinical nutrition vol. 91,3 (2010): 535-46. doi:10.3945/ajcn.2009.27725
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