O padre Ernani Maia dos Reis, líder do Mosteiro Santíssima Trindade, na cidade mineira de Monte Sião, é acusado por oito monges de assédio e violência sexual. De acordo com os relatos, os crimes sexuais foram cometidos pelo menos de 2011 até 2018, quando ele se afastou do mosteiro. As oito vítimas eram homens, com idades entre 20 a 43 anos quando o assédio sexual começou. Relatos colhidos pela colunista Maria Carolina Trevisan e pelo repórter José Dacau ainda dão conta de que Ernani, padre da Igreja Católica desde 2009, assediou moralmente outras 11 pessoas que viviam sob sua autoridade, por meio de humilhações e agressões verbais. Dez eram mulheres. Em uma dinâmica de abuso de poder, o padre Ernani usava seu lugar de líder espiritual para conquistar a confiança dos integrantes do mosteiro, se colocava como "um pai" com a intenção de envolvê-los pelo lado afetivo e oferecia "sessões de psicanálise" em que as próprias vítimas eram os pacientes. Relatos dos crimes sexuais atribuídos a Ernani chegaram ao conhecimento da Igreja Católica por meio de investigações internas, mas o padre só foi afastado a seu pedido, em agosto de 2018, alegando "cansaço" e "crise vocacional". Não consta que ele tenha recebido qualquer punição da Igreja Católica, que o enviou para uma casa de acolhimento para sacerdotes, por seis meses, com recursos do próprio mosteiro. Ernani Maia dos Reis negou as acusações em duas oportunidades, mas se recusou a responder às perguntas. Aos 53 anos, vive em Franca (SP), onde mantém um consultório de psicanálise. Por sua vez, a Igreja Católica disse, em resposta enviada por email, que "nunca negou qualquer fato (dele) ou ato atribuído quando do exercício na liderança daquela comunidade" e que não se omitiu em relação ao caso. Essas denúncias estão no documentário "Nosso Pai", lançado hoje pelo UOL.
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