O que foi dito: pela primeira vez, Bolsonaro não defendeu o fim do isolamento social. Ele reconheceu a gravidade da crise e agradeceu a “colaboração e união de todos” , com menção aos governadores. Também disse que é preciso evitar “o máximo qualquer perda de vida humana” e foi mais cauteloso ao falar da hidroxicloroquina, substância que têm sido testada contra a Covid-19. O presidente citou declaração incompleta do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde.
Embora seja considerado o grupo mais vulnerável aos efeitos da pandemia do novo coronavírus, os trabalhadores que não estão inscritos em nenhum programa do governo serão os últimos a receber o auxílio emergencial de R$ 600 , batizado de “coronavoucher”. O governo federal decidiu iniciar o repasse pelos beneficiários do Bolsa Família, o que pode começar no próximo dia 10. Trabalhadores informais inscritos no Cadastro Único, microempreendedores individuais (MEI) e autônomos também estão antes na fila do benefício. O projeto, já aprovado pelo Congresso, ainda aguarda sanção do presidente Jair Bolsonaro.
O que está acontecendo: o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, cobrou agilidade do governo. O ministro Paulo Guedes (Economia) se queixou da pressão e disse que enfrenta problema para indicar as fontes de recursos necessárias. O custo do auxílio é estimado em R$ 80 bilhões.
Analítico: a urgência da situação precisa ser entendida pelo governo como uma alavanca para vencer as complexidades burocráticas, afirma Renato Andrade. A demora significa a quebra de empresas, o desemprego de centenas e o aumento do desespero de quem já não tem nada.
O Brasil tem percentual de jovens e adultos mortos por Covid-19 maior do que a China , indicam dados preliminares do Ministério da Saúde. Vinte entre 201 vítimas fatais do coronavírus no país tinham menos de 60 anos — 10% dos óbitos. Entre os chineses, a parcela de mortes nessa faixa etária foi de 6%. Falhas na notificação dos casos podem alterar o resultado. O governo brasileiro diz esperar que a doença se comporte como se viu em outros países. Há médicos que demonstram preocupação sobre a ação do vírus entre os mais jovens. No Rio, a segunda faixa etária com mais internações é a de 30 a 39 anos.
O Brasil dos grandes grupos de medicina privada capotou com a epidemia. A conta da Covid-19 está nas costas do SUS, o patinho feio da medicina nacional
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