O presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai lutar pela nomeação do delegado Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal, impedida por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Após a própria Advocacia-Geral da União, que representa a Presidência, descartar recurso, Bolsonaro afirmou ter ordenado uma contestação ao Judiciário: “Quem manda sou eu”.
O que aconteceu: Moraes atendeu a um pedido feito pelo PDT, que argumentou que a nomeação de Ramagem corroborava as acusações do ex-ministro Sergio Moro sobre a tentativa do presidente de interferir na atuação da PF. Na decisão, o ministro apontou “desvio de finalidade” na nomeação.
Bastidores:a decisão de Moraes dividiu o STF. Parte dos integrantes do tribunal avalia que o ministro levou para a Corte um problema que não era dela, inclusive abrindo brecha para que o STF voltasse a ser alvo de ataques.
A projeção considera as subnotificações — os dados oficiais dizem respeito somente aos doentes graves e mortes entre pessoas que sofreram internação — e coloca o Brasil em patamar de infecções semelhante ao dos Estados Unidos, país mais atingido pelo vírus até agora.
O que está acontecendo: o Brasil atingiu ontem 78.612 infectados e 5.466 mortes. Especialistas reafirmam a necessidade do isolamento social para conter os contágios. “Não estamos nem perto de um pico de casos de doença e morte”, afirma Domingos Alves, da USP.
Panorama: a situação do Rio se agravou com o aumento do desrespeito ao isolamento social, e o estado terá, entre meados de maio e o início de junho, mais pacientes precisando de internação do que vagas em hospitais. Não haverá respiradores para todos. As previsões foram feitas pelo secretário estadual de Saúde do Rio, Edmar Santos, que defendeu a radicalização das restrições.
Apesar do caos, a cidade do Rio tem 1.840 leitos impedidos de receber pacientes por falta de profissionais de saúde, escassez de insumos ou até por terem camas e respiradores quebrados.
A cidade de São Paulo também considera ampliar as restrições, afirma o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, em entrevista. O município registrou aumento de 200% nas mortes em cerca de dez dias e atingiu 75% de ocupação da rede hospitalar.
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