Em meio à pandemia do coronavírus, que hoje superou 50 mil casos no Brasil, o ex-juiz Sergio Moro pediu hoje demissão do Ministério da Justiça, argumentando que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir pessoalmente na Polícia Federal . A saída de Moro deflagrou a maior crise da atual gestão. Bolsonaro negou interferência e sugeriu que o ministro colocou objetivos pessoais à frente do trabalho.
O que Moro disse: o ex-ministro reagiu à exoneração do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira. Pela manhã, ainda como ministro, ele afirmou, em pronunciamento, não ter assinado o despacho, que levava seu nome, e que o presidente insistiu em trocar a cúpula da polícia por causa de investigações no Supremo Tribunal Federal (STF).
Também disse que Bolsonaro fez pressão para ter contato direto com diretores e superintendentes da PF e acesso a relatórios de inteligência. Veja oito pontos da declaração de Moro.
Bastidores: as declarações de Moro foram recebidas com preocupação no Supremo. O ministro Marco Aurélio Mello disse que sua admiração por Moro aumentou. Luís Roberto Barroso também elogiou o ex-ministro, sem comentar os desdobramentos das acusações. Um integrante do STF afirmou, em caráter reservado, que as acusações são graves e podem ter repercussões jurídica e política.
Aconteceu hoje: o ministro Alexandre de Moraes determinou que a PF mantenha os delegados em inquéritos que apuram ataques ao STF e a organização de atos antidemocráticos. Ele também determinou diligências para investigar deputados bolsonaristas em inquérito sobre os protestos.
Em foco: o país soma 3.670 mortes ligadas à Covid-19, mais da metade em São Paulo e no Rio de Janeiro. O setor funerário reclamou da falta de números reais e projeções realistas do impacto da doença.
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