Economistas que sempre foram favoráveis ao controle rígido das contas públicas ressaltam a importância de salvar vidas e que, na crise do novo coronavírus, o caminho para isso é aumentar gastos do governo federal . Consultados pelo GLOBO, eles alertam que é hora de o Estado agir, socorrendo trabalhadores que estão perdendo renda, pequenas empresas e até os estados. Quando a crise sanitária for vencida, o governo deve retomar a política de ajuste fiscal e reativar o investimento público para estimular a economia.
Em detalhes: levantamento da consultoria Tendências mostra que o governo anunciou 40 medidas em sete dias, que totalizam cerca de R$ 345 bilhões. “O que foi anunciado até aqui é pífio comparado a outros governos”, afirmou o economista José Roberto Afonso, um dos responsáveis pela criação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Na Europa, os pacotes anunciados até agora somam € 1,8 trilhão (R$ 9,85 trilhões).
O relaxamento de medidas de confinamento e a adoção de isolamento apenas para idosos, conforme defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, seria “jogar lenha na fogueira”, afirmam especialistas consultados pelo GLOBO. Ontem, políticos, técnicos da saúde e até o vice-presidente Hamilton Mourão reagiram às declarações de Bolsonaro. Dezenove instituições ligadas a saúde, ciência e educação repudiaram o pronunciamento de Bolsonaro.
O que dizem os cientistas: permitir a mobilidade das pessoas exigiria testes em quem voltar ao convívio social e poderia provocar mais mortes, afirmam. O “isolamento vertical”, destinados exclusivamente aos idosos e a quem já apresenta problemas pulmonares, não garante blindagem a eles e fará o vírus circular mais rápido pela sociedade. Com mais infecções, o sistema de saúde entrará em colapso.
Outro olhar: pesquisadores de quatro universidades sequenciaram o genoma do novo coronavírus em pacientes das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O resultado obtido é a prova genética da transmissão comunitária do Sars-CoV-2. O vírus já sofreu mutações no Brasil.
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