Bom dia!
As ações da Meta disparam impressionantes 16% no pré-mercado, e não é preciso dizer que tamanha euforia se reflete nos contratos futuros do S&P 500 e da Nasdaq neste começo de manhã de sexta-feira.
A companhia de Mark Zuckerberg anunciou, na noite de ontem, a primeira distribuição de dividendos da sua história, isso após 12 anos como uma empresa de capital aberto.
O pagamento será de US$ 0,50 por ação. Considerando que as ações fecharam ontem cotadas a US$ 394, isso equivale a um dividend yield de minguados 0,13%.
Para além dos proventos, a Meta também anunciou um orçamento de US$ 50 bilhões para seu programa de recompra de ações.
Empresas de tecnologia não são reconhecidas como boas pagadoras de dividendos (mas habitués de recompras de ações). Em geral, pagar dividendos pega mal entre investidores lá fora. A lógica é a seguinte: se a empresa usa o lucro para remunerar seus acionistas, isso significa que ela não tem destino melhor para o dinheiro, ou seja, não tem um plano robusto de investimentos de longo prazo. E tecnologia é puro investimento, num esforço de sair na frente.
No entanto, o caso da Meta é peculiar. Nos últimos anos, a empresa fez investimentos que se mostraram equivocados. O mais simbólico deles foi no metaverso, que levou à mudança de nome da companhia de Facebook para Meta. Combinado a isso, a rede-mãe da empresa passou a perder relevância ao mesmo tempo em que o Instagram passou a sofrer uma concorrência mais intensa do TikTok.
Foi preciso corrigir a rota mais uma vez, cortar despesas e turbinar as receitas. O que os números do quarto trimestre mostraram é que a estratégia da empresa de Zuckerberg funcionou. O faturamento saltou 25% em comparação com o 4º tri de 2022, para US$ 40,11 bilhões.
Ainda que a Meta tenha roubado as manchetes, ontem também foi dia de divulgação de resultados da Amazon e da Apple.
A varejista sobe sólidos 6% no pré-mercado, por uma combinação de resultados melhores que o esperado pelo mercado e previsão de um crescimento robusto na divisão de serviços na nuvem, um dos principais pilares das big techs atualmente.
Já a Apple cede cerca de 2% nesta manhã. Os números da empresa foram satisfatórios como um geral. O problema foi a China. A maçã apresentou seu pior desempenho desde 2018 no país. Existem duas explicações para isso. Primeira: o governo chinês reflexo de medidas do governo contra tecnologia estrangeira em equipamentos usados por órgãos públicos. A segunda é a desaceleração da economia como um todo, que reduz o consumo. O FMI divulgou nesta manhã a previsão de que o PIB chinês crescerá 4,6% em 2024 e 4% em 2025. É um baque para um país que, pré-pandemia, avançava mais de 6% ao ano.
Sem tanta demanda chinesa, o preço do minério de ferro recua. Hoje o tombo foi de 2,33% em Dalian, sem impacto sobre as perspectivas para a bolsa brasileira. Em Nova York, o EWZ acompanha o otimismo e sobe 0,93%.
Para além de celebrar os resultados das big techs e monitorar a China, investidores têm no radar hoje a divulgação do segundo indicador mais importante para o Fed na hora de decidir sua política monetária. Às 10h30 será divulgado o payroll, relatório que aponta o desemprego nos Estados Unidos. A expectativa é de que os dados mostrem alguma leve piora no mercado de trabalho, com a taxa de desemprego subindo de 3,7% para 3,8%.
Bons negócios.
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