O dia 2 de fevereiro é uma data bem especial em Salvador (BA). É dia de celebrar e homenagear a orixá Iemanjá, a rainha do mar, cujo nome tem origem no idioma africano yorubá. "A divindade, que reina sobre as águas salgadas, é cultuada em regiões litorâneas, em países como Cuba e Nigéria e, no Brasil, se popularizou através de religiosos do Candomblé e da Umbanda e pela associação com símbolos da cultura indígena e europeia", explica André Santana, em sua coluna no UOL. Embora seja uma entidade religiosa de matriz africana, a representação simbólica de Iemanjá se popularizou no Brasil como uma mulher branca de traços finos. Um dos motivos é o sincretismo no catolicismo, onde Iemanjá também vai ser conhecida como Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Piedade e Virgem Maria. Para estudiosos, no entanto, esse embranquecimento pode ser visto como uma violência cultural, resultado de uma construção racista que tornou suas feições mais "europeias". Por conta disso, há uma forte movimentação de resgate à representação simbólica da orixá como uma entidade negra, um resgate à cultura de matriz africana. "Os debates por uma representação mais fidedigna de Iemanjá extrapolam os limites de categorias simplificadoras como 'pautas identitárias', como tem se tentado enquadrar os legítimos questionamentos sobre o racismo no Brasil. Estão incluídos no lastro da discussão sobre a garantia de cidadania num Estado laico, mediante o respeito à diversidade religiosa e às religiões de matriz africana." Carlos Silva Jr, integrante da Rede de Historiadoras Negras e Historiadores Negros, em artigo Leia mais: |
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