A taxa básica de juros caiu 0,5 ponto porcentual na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, e agora está em 11,25% ao ano. Entenda como a mudança impacta os investimentos de renda fixa, se ainda vale aplicar, e qual é o cenário econômico daqui para a frente. Retorno na renda fixa não será tão altoJuros mais baixos tendem a tornar a renda fixa menos atrativa. Por conta dos retornos menores, o apetite dos investidores muda de direção para maiores riscos e há um movimento de migração de uma classe de ativos para outra. É hora de uma abordagem mais estratégica. Títulos pré-fixados, como os do Tesouro Direto, oferecem uma taxa de retorno definida no momento da compra, independente das flutuações futuras. Isso é vantajoso em um cenário de juros decrescentes, onde a rentabilidade dos títulos pós-fixados pode ser menor, explica André Charone, contador e mestre em negócios internacionais. Títulos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA, são outra opção interessante. Oferecem uma proteção contra a inflação e retorno real também acordado no momento da compra. Debêntures encaixam para investidores dispostos a assumir um pouco mais de risco. Emitidas por empresas com boa classificação de crédito, esse ativo é uma alternativa. Vale avaliar o risco de crédito e a solidez da empresa emissora. Estamos em um momento que permite a construção de uma carteira com títulos prefixados, que devem se beneficiar com a queda de juros. Essa janela já foi melhor e maior, mas em algum grau ainda existe. Bruno Corano, economista e investidor Interesse aumenta com a queda de juros e pode remunerar mais. A renda variável ficou mais interessante nos últimos meses em que a inflação deu sinais de que estava controlada e assim, os ativos começaram a se valorizar. Ações de empresas bem administradas e com potencial de crescimento são atrativas. Por exemplo, Sabesp, Copel, Localiza, Vale, Equatorial, Itaú Unibanco, Mercado Livre e Prio têm sido destacadas por analistas como boas opções, afirma Charone. Fundos imobiliários também podem ser uma escolha vantajosa. O ativo aproveita o ambiente de juros mais baixos para gerar retornos através do mercado. O aumento da procura por financiamentos imobiliários e a valorização de propriedades e aluguéis impulsionam o desempenho desses fundos. Esta classe de ativos vem com maior risco. Diversificar entre diferentes ações e setores ajuda a mitigar a perda, assim como manter uma parte do portfólio em renda fixa para balanceamento. André Charone, contador e mestre em negócios internacionais Atenção antes de investirPerfil do investidor deve ser levado em consideração. Antes de decidir onde colocar o seu dinheiro, é importante entender o quanto de risco tolera e qual é o seu objetivo a longo prazo. Taxas de cada ativo precisam entrar na conta. Esteja ciente dos custos associados aos investimentos, como taxas de administração e de transação, é o que muda para concluir qual será o retorno líquido. Cuidado com os golpes no mercado financeiro. A Selic é a grande referência quando falamos em investimento em reais. Promessas de retornos maiores possuem muitas chances de fraude. Já ofertas que, por meio da característica do produto e fundamentos estratégicos, se proponha a bater a taxa, é legítimo e possível, aconselha Corano. |
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