O esquema de espionagem que monitorava adversários de Bolsonaro teria rastreado o celular de José Vitor de Castro Imafuku, assessor da campanha presidencial do candidato oposicionista Ciro Gomes (PDT) em 2022, segundo a investigação da Polícia Federal sobre atividades ilegais da Abin durante o governo do ex-presidente. A PF também identificou indícios de que Bolsonaro era o destinatário das informações levantadas pela chamada "Abin paralela". Diante dessas e de outras revelações que vão emergindo com o desenrolar das investigações, Tales Faria conclui que a intenção de Bolsonaro era recriar o SNI (Serviço Nacional de Informações, órgão de espionagem da ditadura militar brasileira) dentro da Abin. Segundo Tales, durante o governo Bolsonaro, a dita "Abin paralela" era a Abin oficial, e a Abin oficial não tinha função. Wálter Maierovitch, comentando sobre a dificuldade de responsabilizar o autor intelectual de uma atividade criminosa, explica como a chamada "teoria do domínio do fato" -aplicada no julgamento do mensalão- pode ajudar a implicar Bolsonaro nos casos da tentativa de golpe do 8 de janeiro de 2023 e da Abin paralela. O ex-presidente nega a existência de espionagem clandestina. Para Josias de Souza, ao dizer que não tinha conhecimento do material levantado ilegalmente pela agência, ele passa pelo constrangimento de ser tomado por tolo. E Leonardo Sakamoto volta a especular sobre a lista dos nomes (parlamentares inclusive) supostamente espionados pelo esquema da Abin. Haveria dossiês também sobre aliados do ex-presidente? E quais seriam as consequências da revelação desses nomes? Como tudo sempre pode piorar, Josias comenta o recém-revelado escândalo de venda de dados de autoridades roubados de arquivos virtuais federais, que, segundo ele, torna a "Abin paralela" um "brinquedo de criança bolsonarista". Tales Faria: Investigações da PF mostram que Bolsonaro recriou SNI dentro da Abin Wálter Maierovitch: Teoria do domínio do fato, aplicada no mensalão, complica vida de Bolsonaro Josias de Souza: No caso da Abin, Bolsonaro pede para ser considerado apenas tolo Leonardo Sakamoto: Bomba para Bolsonaro é a lista de aliados que espionou, não a de desafetos Josias de Souza: Varejão de identidades roubadas torna Abin paralela um brinquedo |
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