O problema das consequências, como dizia Marco Maciel, é que elas vêm depois. Às vezes, rapidamente. Mal o Congresso se pôs a atacar medidas de proteção ambiental -e o próprio Ministério do Meio Ambiente-, e o meio diplomático internacional já começa a murmurar dificuldades no acordo comercial com a UE, no Fundo Amazônia, em cooperações bilaterais, segundo apuração de Jamil Chade. Milly Lacombe alerta também para uma consequência que parece mais teórica, mas é também muito mais terrível: o governo decidiu não adiar o fim do mundo. Ela espera que "Lula tenha forças e disposição para entrar em campo e organizar a luta. Ainda temos tempo. Mas não muito." Mas o que Lula poderia ter feito? Reinaldo Azevedo pondera que, quando um líder tem de escolher entre o que inviabiliza o seu governo e o que o desfigura, precisa se defender da primeira opção. Assim, jogou todas as forças na aprovação do arcabouço fiscal e perdeu na questão ambiental. Afinal, precisa lidar com um Congresso 'entre direitista e reacionário'. Ricardo Kotscho pinta um cenário semelhante, mas com outro tom: "Parece até que, atordoado com o cerco feito pelo Congresso para aprovar o arcabouço fiscal, na falta de articulação política, o governo acabou cedendo à pressão dos ruralistas do Centrão em outras áreas, abrindo novos confrontos com os setores mais civilizados da sociedade". Josias de Souza avisa: a derrota no Congresso é uma antecipação de 2026 por Arthur Lira. "O imperador da Câmara diz aos aliados que a próxima disputa presidencial será vencida por um candidato de direita". |
Nenhum comentário:
Postar um comentário