No instante em que a regra para equilibrar as contas públicas avança, o governo se sai com mais um pacote de isenção fiscal, desta vez para baratear carros. É como se a população, incluindo quem prefere o ônibus ou a bicicleta, dividisse a conta com quem quer um possante na garagem. E também com as montadoras e sua cadeia produtiva. "O grande flagelo tributário do Brasil são as renúncias que beneficiam grupos específicos. As brechas abertas no sistema se eternizam", opina, agora por escrito, Josias de Souza. Curiosamente, a notícia de estímulo ao uso de combustíveis fósseis vem junto com outra: o Congresso planeja um desmanche no Ministério do Meio Ambiente. Tales Faria vê no gesto pressão para que Marina Silva reconsidere o veto ao projeto de exploração de petróleo próximo à foz do Amazonas. A ministra topa renegociar, mas também considera deixar o cargo caso sua pasta seja liofilizada no nível proposto ontem pelo deputado Isnaldo Bulhões (PMDB-AL). Não vai ornar muito com o projeto de reinserir o Brasil como campeão da preservação ambiental. |
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