O ChatGPT está causando polêmica entre as instituições educacionais ao redor do mundo. Ninguém sabe direito o que fazer diante do uso pelos alunos. Este é o tema da coluna desta semana de Pedro e Paulo Markun, em Tilt. Para eles, é possível encontrar um equilíbrio entre os benefícios do ChatGPT e a preocupação com a fraude acadêmica. A nova tecnologia tem potencial para mudar completamente a forma como ensinamos e aprendemos. Antes de tratarmos dos benefícios, vamos às preocupações. Tiago Tavares, pesquisador e professor no Insper, fez experimentos recentemente e descobriu que o ChatGPT teria uma nota de 614 no Enem 2022, suficiente para entrar em diversos cursos incluindo Ciências Biológicas, Engenharia Elétrica e Psicologia. Na Wharton, uma renomada escola de administração da Universidade da Pensilvânia, o professor Christian Terwiesch resolveu testar o ChatGPT-3. Submeteu o dispositivo a uma prova e concluiu que ele receberia notas entre B e B- no exame. E com isso, Terwiesch sugere que sejam revisadas as políticas de provas, o design do currículo e o ensino. Já na França, os dirigentes da Sciences Po — uma das maiores universidades de ciência política do país — proibiram o uso do chatbot. A punição de quem ignorar a regra pode ir desde a expulsão do aluno da universidade ou até mesmo do ensino superior francês como um todo. No entanto, algumas universidades australianas, como a Flinders University, a University of Adelaide e a University of South Australia, tomaram outra rota: atualizaram suas políticas para permitir o uso de inteligência artificial (IA) — desde que seja declarado. Ao invés de proibir completamente o uso da ferramenta, essas universidades buscam "ajudar os professores e alunos a usar ferramentas digitais para apoiar o aprendizado", como disse a professora Romy Lawson, vice-reitora da Flinders University. O debate por lá, no entanto, só está começando e ao mesmo tempo que decidiram permitir o uso dessa tecnologia, existe uma proposta de retomar com mais ênfase tarefas com escrita à mão enquanto buscam uma forma de incorporar a tecnologia no processo de aprendizagem. Por enquanto são exemplos pontuais, instituições que estão atentas a uma questão que vai ficar cada vez mais presente no nosso cotidiano. Mas já apontam que, logo mais, vamos ter que enfrentar esse dilema por aqui. Estamos preparados? **** CONFIRA TAMBÉM UOL CARROS DO FUTURO Toda quarta-feira, a newsletter UOL Carros do Futuro traz tendências e debates sobre as novas tecnologias da indústria automobilística. Nesta semana, a newsletter explica por que o Inmetro vai 'cortar' a autonomia de carros elétricos no Brasil. Quer se cadastrar e receber o boletim semanal? Clique aqui. |
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