Nascida em 10 de fevereiro de 1894, em Salvador (BA), Mãe Menininha do Gantois é considerada uma das principais mães de santo que o Brasil já teve. Batizada Maria Escolástica da Conceição Nazareth, ela era neta de escravizados e foi escolhida como ialorixá (mãe de santo) no terreiro do Gantois, fundado por sua bisavó. Liderou o local por mais de 60 anos, falecendo em 13 de agosto de 1986, aos 92 anos. "Mãe Menininha foi a maior ialorixá do Brasil no seu tempo. Ela é um patrimônio do Brasil, um ícone religioso e popular; além de uma pessoa que atraiu intelectuais em um momento em que os terreiros de candomblé passavam por perseguições. O que fez dela essa grande ialorixá que desafiou lideranças religiosas foi o fato de ser uma mulher de comando e conhecimento, mas ao mesmo tempo doce e acolhedora" Vilson Caetano, professor de antropologia da Universidade Federal da Bahia Em sua trajetória se destaca a luta contra a intolerância religiosa, a boa relação com famosos, intelectuais e chefes de Estado, além da promoção de um importante diálogo entre o catolicismo e as religiões de matriz africana. Passaram pela casa da mãe de santo nomes como Pelé, Gilberto Gil, Gal Costa, Bethânia, e políticos como Lula, Getúlio Vargas e Paulo Maluf. "Mãe Menininha está acima de toda e qualquer divergência de ordem política, econômica ou religiosa". Jorge Amado na obra Bahia de Todos os Santos O legado de Mãe Menininha também inspirou as produções culturais no país. Em 1972, Dorival Caymmi lançou a canção "Oração de Mãe Menininha", logo depois regravada nas vozes de Maria Bethânia e Gal Costa. Em 1976, ela foi homenageada no carnaval carioca com o enredo da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, interpretado por Elza Soares. Mais de 40 anos depois, o legado seguiu no samba pela escola paulistana Vai-Vai, que também a homenageou com o enredo "No xirê do Anhembi, a Oxum mais bonita surgiu - Menininha, mãe da Bahia - Ialorixá do Brasil". ***
MAIS UM... Depois do caso de Vini Jr. no futebol, o jogador de basquete Yago Mateus dos Santos, do Ratiopharm Um (Alemanha), sofreu ofensas racistas durante uma partida na Catalunha. O atleta disse que o episódio é revoltante. O clube e a Confederação Brasileira de Basquete repudiaram o caso. PERGUNTA... "Uma tentou furtar R$ 21 e a outra 'desviou' R$ 1 milhão. Qual foi presa?". Com esta indagação, o colunista do UOL Camilo Vannuchi faz uma comparação entre os casos de Rosângela Cibele, mulher negra presa após tentar furtar dois pacotes de macarrão, um saquinho de suco e uma garrafa de refrigerante; e o de Alícia Muller, estudante branca de medicina que não foi presa após roubar quase R$1 milhão do fundo destinado a pagar a festa de formatura da sua turma. |
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