Mais de dez marcas anunciaram esta semana que deixarão de patrocinar o programa e outros canais de comunicação do apresentador Sikêra Jr., da RedeTV. Sikêra foi acusado de homofobia depois de criticar, no ar, uma campanha da rede Burger King. No comercial, crianças dão seu ponto de vista sobre homossexualidade, ao lado dos seus pais. "Vocês são nojentos. A gente está calado, engolindo essa raça desgraçada, mas vai chegar um momento que vamos ter que fazer um barulho maior. O comercial é podre, nojento", disse o apresentador no programa de sexta-feira (25). Marcas responderam avisos do Sleeping Giants BrasilCaixa, MRV, Tim, Magazine Luiza, Nivea, Ford, Casas Bahia, Betsul, Seara, Sorridents, BMW Group e HapVida foram algumas das empresas que afirmaram que deixarão de inserir comerciais nos programas e nas redes de comunicação do apresentador. Com tons parecidos, os anunciantes afirmaram, em posts nas redes sociais e comunicados oficiais, que "não compactuam com quaisquer formas de preconceito". As marcas responderam aos questionamentos do perfil Sleeping Giants Brasil, movimento que luta contra o financiamento do discurso de ódio e de fake news nas redes sociais. A hashtag #DesmonetizaSikera, criada pelo Sleeping Giants Brasil, chegou a ficar em primeiro lugar entre os assuntos mais comentados no Twitter na segunda na terça-feira. Anúncios via mídia programáticaAs redes sociais de Sikêra Jr., além do canal do apresentador no YouTube, usam um tipo de sistema muito comum em quase todos os sites, chamado "mídia programática". A ferramenta permite que empresas veiculem seus anúncios a partir dos dados dos usuários. Os donos dos canais, assim, recebem por visualizações e cliques em anúncios exibidos em suas páginas. 'Pedido de desculpas' que não convenceuO apresentador chegou a fazer um "pedido de desculpas" formal, afirmando que "se excedeu". Mas, no mesmo discurso, disse que "mantém a palavra" e que vai "continuar defendendo a família brasileira". A RedeTV se manteve em silêncio até quarta-feira, quando emitiu um comunicado. No texto, classificou o ocorrido como um "episódio lamentável" e disse que "preza pelo respeito à diversidade sexual e à não discriminação de cor, raça, gênero ou religião". MPF entrou com ação O Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul entrou com uma ação civil pública contra Sikêra Jr. e a RedeTV por causa dos comentários do apresentador. O órgão pede que eles paguem uma indenização de R$ 10 milhões. Segundo a ação, o apresentador "estimula a violência, caracterizando discurso de ódio e menosprezo pelo ordenamento jurídico e pelas instituições".
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