Reportagem de Hanrrikson de Andrade e Luciana Amaral aponta que a Precisa Medicamentos, que tentou intermediar a venda e importação da vacina indiana Covaxin junto ao governo federal e que está na mira tanto do MPF (Ministério Público Federal) como da CPI da Covid, manteve conversas para lançar no Brasil uma joint venture com o laboratório indiano Bharat Biotech. O sócio-administrador da Precisa, Francisco Emerson Maximiano, chegou a viajar à Índia para negociar com a Bharat Biotech mais doses da Covaxin. A ideia seria usar o Brasil como polo de distribuição de diversos tipos de imunizantes em futuras negociações. Maximiano mirava acordos não só com governos. Parte das doses da Covaxin já estava reservada à iniciativa privada. As expectativas de Maximiano são relatadas em ofícios do Ministério das Relações Exteriores enviados ao Ministério da Saúde e à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Os documentos estão em mãos da CPI. A Precisa negociou 37 milhões de doses do imunizante produzido no país asiático, segundo o Itamaraty. Desse montante, 32 milhões seriam reservadas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e 5 milhões a empresas privadas. O contrato, assinado em fevereiro pelo Ministério da Saúde com a Precisa, prevê a aquisição de 20 milhões de doses da Covaxin, ao custo final de R$ 1,6 bilhão —o preço negociado foi de US$ 15 por dose, o valor mais caro entre as vacinas. A importação da Covaxin não aconteceu até o momento.

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