Levantamento feito pelo Instituto Ideia (antigo Instituto Ideia Big Data) aponta que o discurso bolsonarista contra as urnas eletrônicas tem ganhado força entre policiais militares. Os dados foram obtidos com exclusividade pela colunista Maria Carolina Trevisan. Foram realizadas 150 entrevistas com PMs de São Paulo, Rio, Rio Grande do Sul, Ceará e Pernambuco, ao longo de três anos. Em outubro de 2018, antes da posse, 30% dos entrevistados declararam confiar muito na urna eletrônica. Essa taxa diminuiu pela metade em 2021. Na mão inversa, 55% dos entrevistados que disseram não confiar na urna eletrônica. Apesar de a amostragem ser pequena e não ter o mesmo peso de uma pesquisa de opinião, os resultados são expressivos e reflexo dessa base de apoio ao presidente Bolsonaro. Caso a disputa presidencial seja apertada, a ideia de fraude pode ganhar mais força. As afirmações de Bolsonaro encontram eco também na população em geral. Uma pesquisa nacional do Instituto Ideia, com 1.200 entrevistas, revela que, em outubro de 2018, 42% da população confiava muito na urna eletrônica. Em maio de 2021, essa parcela caiu para 27%. Por outro lado, aqueles que não confiavam na urna eletrônica em 2018 eram 22%. Esse percentual aumentou ano a ano, chegando a 33% em 2021. O discurso que antecipa a fraude é o que Bolsonaro tem adotado como estratégia política, já que está se enfraquecendo. Com um contingente cada vez maior de pessoas que acreditam ser possível fraudar a urna eletrônica, há um perigo real de ruptura democrática. |
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