Documentos obtidos pelo repórter Igor Mello reforçam a tese de que um homem já estava rendido quando foi morto por policiais dentro do quarto de uma menina de 9 anos durante a operação que resultou em 28 mortes na favela do Jacarezinho, em maio. Segundo moradores, ele estava desarmado. Eles não foram ouvidos pela Polícia Civil na investigação. O laudo de perícia também indica que a vítima não atirou no local. Omar Pereira da Silva, um homem negro de 21 anos, foi morto com um tiro no peito, pouco abaixo do coração, segundo o laudo de necropsia. O disparo provocou ferimentos no pulmão e no rim esquerdos, no fígado, no diafragma e nas alças intestinais. Os policiais alegaram que ele estava vivo e removeram o corpo do local com a justificativa de levá-lo a um hospital. Silva era um dos alvos dos 21 mandados de prisão que deram origem à operação policial mais letal da história do Rio. Em depoimento, os dois policiais envolvidos diretamente na morte dão relatos idênticos. Os relatos foram inseridos no sistema da Polícia Civil com um intervalo de 35 minutos e têm trechos inteiros iguais, o que indica que podem ter sido copiados e colados. Procurada pela reportagem, a Polícia Civil não respondeu as perguntas. Em nota, afirmou apenas que "as investigações estão em andamento".
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