Quando começamos a executar o calendário de vacinação de uma criança, já sabemos que serão meses de atenção e acompanhamento. Isso porque, para cada imunizante, há um esquema diferente tanto no número de doses como no intervalo entre elas para que os efeitos no sistema imunológico sejam satisfatórios. Com as novas vacinas contra o coronavírus (Sars-CoV-2) acontece o mesmo. As imunizações atualmente disponíveis no Brasil —CoronaVac e Oxford/AstraZeneca— preveem duas doses em intervalos diferentes para alcançar a tão desejada proteção contra a covid-19. E uma pergunta que várias pessoas estão fazendo é por que o intervalo entre as doses da CoronaVac é de duas a quatro semanas e o da vacina de Oxford é muito maior, de 12 semanas. Esse intervalo não é um chute: ele é baseado nos dados obtidos com os estudos clínicos feitos durante o desenvolvimento do imunizante. No caso da vacina de Oxford, optou-se por acompanhar a resposta imunológica dos indivíduos após um mês e após três meses de aplicação da segunda dose. Resultado: a resposta imunológica foi melhor com o intervalo de 12 semanas entre as aplicações. Os estudos também mostraram que após o 22º dia da aplicação da primeira dose há uma boa resposta do corpo e o imunizante confere proteção contra a covid-19 (mas essa proteção é menor do que após tomar as duas doses). Pensando que há uma escassez de vacinas no Brasil em um momento tão delicado da pandemia, aumentar o intervalo da segunda dose é uma forma de gerenciar recursos e garantir que mais gente seja vacinada. E as reações?Algumas pessoas têm apresentado resistência em tomar a vacina de Oxford por medo das notícias recentes de que o imunizante provocaria coágulos no corpo. Mas é importante esclarecer que é extremamente raro esse efeito adverso, no qual a vacina atua como um gatilho para uma doença autoimune preexistente e que não tem relação com a trombose clássica que conhecemos. Por isso, os especialistas são categóricos: ao chegar sua vez de ser imunizado, tome a vacina que estiver disponível. Todas são seguras e, mais que isso, fundamentais para que possamos sair da pandemia o mais rapidamente possível.
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