Após mais de 400 mil mortos em decorrência da infecção pelo novo coronavírus, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid criada no Senado para investigar ações e omissões do governo Jair Bolsonaro (sem partido) no decorrer da pandemia começa hoje com dois aguardados depoimentos: a de ex-ministros da Saúde do atual governo. Crítico à atuação do governo no enfrentamento da pandemia, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta será o primeiro a depor a partir das 10h. Ele ocupou o cargo entre janeiro de 2019 e abril de 2020. Ao longo da última semana, os senadores de oposição levantaram dados sobre a atuação do Ministério da Saúde e devem aproveitar as críticas de Mandetta em relação ao uso de medicamentos sem comprovação científica para o tratamento da covid, como ivermectina e hidroxicloroquina, para atacar o governo. Já a tropa de choque governista, em minoria na CPI, só deve partir para a ofensiva caso Mandetta adote um tom incisivo contra Bolsonaro. Depois dele, será a vez de seu sucessor na pasta, Nelson Teich, a partir das 14h. Antes de ser questionado pelos senadores, ele deverá fazer uma breve explanação sobre seu mandato. A saída do governo se deu por "desalinhamento" com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a ampliação do uso da cloroquina e hidroxicloroquina, remédios sem comprovação científica para o tratamento do coronavírus. A defesa que Bolsonaro faz do uso desses remédios deverá embasar os principais questionamentos de senadores da oposição a Teich — que também se colocou contra um o decreto de Bolsonaro que incluiu salões de beleza, barbearia e academias de ginástica entra as atividades consideradas essenciais no período da pandemia. Minoria na CPI, os senadores governistas devem tentar minimizar o depoimento de Nelson Teich com base no pouco tempo que o médico ficou à frente da pasta. Justamente pelo fato de os ex-ministros terem virado críticos de ações do governo federal nos últimos meses, senadores independentes e da oposição, que são maioria na CPI, vão procurar revelar e reforçar eventuais erros da gestão de Bolsonaro por meio de suas falas ao colegiado.
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