Em um único dia, o Brasil contabilizou 19.951 novos casos de Covid-19, número maior do que todas as contaminações registradas por países como África do Sul, Colômbia, Israel e Japão desde o início da pandemia. O novo recorde diário fez o país alcançar 291.579 infecções pelo novo coronavírus.
O Ministério da Saúde contabilizou também 888 novas mortes ligadas à pandemia. O Brasil soma 18.859 vítimas fatais.
Em detalhes: epicentro da doença no país, São Paulo registra 69.859 casos e 5.363 mortes. Hoje, a capital paulista teve o primeiro dia do megaferiado criado para tentar frear a contaminação na cidade. Em dia de sol, paulistanos saíram às ruas para praticar atividades ao ar livre.
O Rio de Janeiro chegou a 30.372 infecções e 3.237 óbitos.
No mesmo dia em que a Organização Mundial da Saúde alertou que a cloroquina não tem eficácia comprovada contra a Covid-19 e pode causar efeitos colaterais, o Ministério da Saúde liberou o uso do medicamento para todos os pacientes com a doença provocada pelo novo coronavírus. A mudança de protocolo foi autorizada pelo Ministério da Saúde, sem assinatura de responsáveis médicos.
Entenda: o protocolo anterior, de abril, autorizava o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina somente para pacientes em estado grave. A nova recomendação amplia para quem tiver sintomas leves e condiciona o uso à responsabilidade do médico.
O que foi dito: o Ministério da Saúde argumentou ter liberado a cloroquina motivado pelo “clamor da sociedade”. O presidente Jair Bolsonaro, defensor da substância, justificou a decisão afirmando que “estamos em guerra”.
Repercussão: médicos e cientistas divulgaram um documento contra o uso ampliado da cloroquina. Na comunidade científica, prevalece o entendimento de que a substância deve ficar restrita à pesquisa. Eles alertaram que os efeitos colaterais são graves.
Analítico: o governo transfere para o paciente toda a responsabilidade pelos problemas que a cloroquina pode causar, afirma Ana Lucia Azevedo.
A aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio deste ano será adiada. O Instituto Anísio Teixeira (Inep) anunciou alteração do cronograma pelo período de 30 a 60 dias, mas não definiu novas datas. A decisão foi tomada após pressão de estudantes e o avanço no Congresso de proposta para suspender a realização das provas.
O que aconteceu: o Ministério da Educação resistia ao adiamento do Enem, argumentando que os candidatos seriam prejudicados, e chegou a divulgar campanha com o lema “a vida não pode parar”. Técnicos da pasta, no entanto, defendiam a mudança nas datas. Alunos, entidades de estudantes e universidades federais também pediram alteração do cronograma.
O que foi dito: hoje, o ministro Abraham Weintraub pediu que os inscritos — mais de quatro milhões de estudantes — escolham a nova data por meio de enquete.
Cartilha reúne orientações de especialistas para lidar com os efeitos emocionais da pandemia e do período de isolamento
Outras notícias importantes do dia
Comando: Bolsonaro disse que o general Eduardo Pazuello ficará “por muito tempo” à frente do Ministério da Saúde e que terá médico para auxiliá-lo. Em dois dias, o interino nomeou 13 militares para a pasta.
Recursos: o governo liberou R$ 15 bilhões para ações do Ministério da Saúde contra o coronavírus. Parte da verba será usada para atender indicações de deputados do centrão.
Vítima fatal: o deputado estadual fluminense Gil Vianna, do PSL, morreu com Covid-19. Ele recebeu tratamento com cloroquina.
Longe do sucesso: a Suécia se tornou o país com a maior taxa de mortalidade por Covid-19. Pesquisa mostrou que “imunidade de rebanho”, base da estratégia do governo, ainda é ambição distante.
Crise na pandemia: o ministro da Saúde da Bolívia foi preso por suspeita de superfaturamento na compra de ventiladores pulmonares.
Busca por terapias: pesquisadores chineses anunciaram sucesso em testes com camundongos de tratamento com anticorpos que poderia interromper a pandemia sem uma vacina.
Rastreamento: Apple e Google desenvolveram tecnologia que facilita aos governos identificação de contato físico entre usuários. Mais de 20 países demonstraram interesse.
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