Olá, como vocês estão? Na última semana, demos uma geral pelo Brasil, indo de Manaus a Petrolina (PE), onde a volta da tradicional Jegada fez até os jegues desfilarem na passarela. Conversamos também com a primeira presidente mulher da Parada LGBT em São Paulo, até chegarmos ao Rio de Janeiro, onde as toalhas partidárias dão a cara no Saara — e a mais alta honraria da Assembleia Legislativa virou carne de vaca. Quer saber mais? Vem com a gente! Open bar de medalha Em 12 de maio, o deputado Marcelo Dino (União Brasil) transformou uma sessão solene da Alerj em uma maratona. Em 49 minutos, entregou nove Medalhas Tiradentes, além de 25 moções de aplausos, louvor e congratulações. A lista dos 34 homenageados era vasta: ia de marinheiros e bombeiros a pastores evangélicos e empresários. Contamos a história da Medalha Tiradentes, a mais alta honraria da Assembleia Legislativa do Rio — e a mais banalizada, entregue a personalidades e instituições controversas, como Olavo de Carvalho, Brasil Paralelo, Dr. Jairinho (revogada posteriormente) e Adriano da Nóbrega, entre outros. Vigiar e punir Quem olha de longe imagina que pouco ou nada mudou na vida de quem deixou a prisão, mas a tornozeleira eletrônica que o acompanha por medida cautelar não é mero adereço. O equipamento é leve, não machuca e nunca dá pane. No entanto, o uso de uma bermuda ou o apito na porta do banco faz todos voltarem os olhos para o aparelho preto preso ao corpo. Debatida entre criminalistas (e recusada pelo deputado bolsonarista Daniel Silveira), a tornozeleira eletrônica está presente na vida de 80 mil brasileiros — e, aqui, contamos a história dela. Sexo com aditivos "Arrisco dizer que, de cada 100 profissionais do sexo, 80 ou 90 fazem uso de drogas durante o trabalho." O relato é de um garoto de programa que, como muitos, tem usado metanfetamina e outras drogas para não perder clientes, especialmente os mais endinheirados, em São Paulo. O uso de drogas para turbinar o sexo (chemsex, em inglês) já é considerado problema de saúde pública em outros países. A presidente Quando entrou no Ferros' Bar pela primeira vez, no final dos anos 1970, Claudia Regina Garcia entendeu que existia mais gente como ela na imensa São Paulo assombrada pela ditadura militar. Décadas depois, ela é a primeira presidente lésbica da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, que aconteceu no último domingo (19), após dois anos de pandemia, com um chamamento: "Não é hora de divisão, é hora de se juntar". Polarização das toalhas As toalhas de banho têm tudo para ser objeto de polarização na disputa eleitoral este ano, seja você bolsonarista ou lulista. Das gráficas e oficinas de confecção, os pedidos de estampas com o rosto de Jair Bolsonaro e Lula ainda não são tão frequentes no comércio popular no Rio, mas tem vendedor apostando tudo quando os candidatos forem às ruas: "Às vezes é igual rinha. Negócio de política, eu tô fora, mas o trabalho a gente faz. É só encomendar que a gente faz." Quer comer? Entra na fila Manaus é uma das capitais onde mais cresceu o número de famintos e de pessoas vivendo em insegurança alimentar. O resultado está na fila quilométrica em torno de um restaurante popular recém-inaugurado na capital amazonense. Estivemos lá nos primeiros dias do espaço, agora frequentado por trabalhadores e aposentados, que pegam senha logo de manhã para ter direito a almoçar mais tarde. Corrida de jegue De Manaus embarcamos rumo a Petrolina para acompanhar a Jegada, festa na zona rural que mobiliza milhares de pessoas no sertão nordestino, dentro e fora de Pernambuco. Adiada por dois anos por causa da pandemia, ela voltou com tudo, com direito a corrida e até a desfile de moda, a Jegue Fashion. Descanse em paz A garagem cheira a flor. No chão, crisântemos são depenados por duas pessoas que, com cuidado, os colocam em torno de uma senhora de idade com as mãos cruzadas sobre o abdômen, olhos cerrados e uma face serena. Ela está morta e a dupla ornamenta a urna para antes do velório. A repórter Marie Declercq desvenda a rotina de preparação de cadáveres da tanatopraxia. Querida Julieta A artesã Andreia Caetano é a única brasileira que recebe e responde às cartas enviadas ao túmulo de Julieta na Itália — sim, aquela mesma de Shakespeare. O túmulo falso virou ponto turístico em um monastério nos arredores de Verona e também o destino de centenas de cartas, pedindo conselhos amorosos e de relacionamento. Da newsletter de Daniela Pinheiro Na última edição, a jornalista entrevista Rasmus Kleis Nielsen, diretor do Reuters Institute dedicado à pesquisa em jornalismo. O instituto divulgou nesta semana um balanço preocupante sobre o consumo de notícias. A fadiga do noticiário vem crescendo em todo o mundo e sobretudo no Brasil. Na conversa, Pinheiro questiona Nielsen especificamente sobre o cenário brasileiro. Para ler na íntegra as próximas newsletters da jornalista Daniela Pinheiro, cadastre-se aqui. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário