O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), foi preso na manhã de hoje em uma operação conjunta do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e da Polícia Civil. Crivella também foi suspenso das funções públicas, segundo determinação do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro). Com isso, ele está afastado do cargo. A ação é um desdobramento da Operação Hades, deflagrada em março, que investiga um suposto esquema de pagamentos de propina para a liberação de contratos da Prefeitura do Rio, chamado de "QG da Propina". Segundo a desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, o grupo se referia ao prefeito pelo codinome "zero um". A organização criminosa arrecadou mais de R$ 50 milhões em propinas. Além de Crivella, são alvos da operação o ex-senador Eduardo Lopes (Republicanos-RJ); o empresário Rafael Alves; o ex-tesoureiro de campanhas eleitorais de Crivella, Mauro Macedo; Fernando Morais (delegado); Cristiano Stokler; e o empresário Adenor Gonçalves. A denúncia que resultou na prisão de Crivella também revela ligações envolvendo a Igreja Universal do Reino de Deus e um suposto esquema bilionário de lavagem de dinheiro. O MP-RJ identificou uma circulação atípica de quase R$ 6 bilhões na instituição religiosa entre maio de 2018 e abril de 2019. O órgão disse ainda que Crivella trocou de número de celular ao menos três vezes ao longo das investigações e que ele entregou um aparelho com chip antigo na tentativa de "obstruir investigação". Hoje, ao chegar à Delegacia Fazendária, na Cidade da Polícia, onde prestou depoimento, Crivella disse que espera "justiça". "Fui o prefeito que mais combateu a corrupção na Prefeitura do Rio de Janeiro", declarou. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), classificou a decisão de prender e afastar Crivella como "abusiva" pelo fato de o prefeito ter endereço fixo conhecido pela Justiça e, portanto, não ofereceria risco de fuga. Ele disse que espera uma reversão da prisão nas instâncias superiores. A partir de agora, quem assume o comando da cidade do Rio é o presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Felippe (DEM). O vice-prefeito Fernando McDowell morreu em maio de 2018. Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Crivella disputou a reeleição em novembro, mas foi derrotado por Eduardo Paes (DEM) no segundo turno. O mandato dele termina em nove dias, em 31 de dezembro.
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