No momento em que vários países já realizam a imunização contra covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a minimizar a demora para liberação e aquisição, por parte do governo, de vacinas. Segundo ele, diante de um mercado consumidor "enorme" no Brasil, os laboratórios é que deveriam estar interessados nos pedidos de autorização junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e em vender a vacina ao país. "Pessoal diz que eu tenho que ir atrás [da vacina]. Quem quer vender [é que tem]", disse Bolsonaro a um grupo de apoiadores no Palácio da Alvorada, em Brasília, na manhã de hoje. Segundo o presidente, "o cheque de R$ 20 bilhões" para a compra de vacinas já foi assinado por ele, referindo-se à MP (Medida Provisória) que autoriza a liberação desse dinheiro para compra de imunizantes e outros itens necessários na campanha de vacinação, como agulhas e seringas. "Tem muita gente de olho nesse dinheiro", disse ele, sem citar nomes. O governo federal tem acordos de intenção de compra de vacinas com Instituto Butantan/Sinovac, AstraZeneca/Oxford e Pfizer/Biontech, mas nenhum negócio ainda foi fechado. Não há data exata para o início do plano de imunização. Hoje, o governo do estado de São Paulo anunciou a chegada de mais 500 mil doses da vacina CoronaVac. Todo o lote é composto por doses já prontas para a aplicação. "Chegamos ao fim de 2020 com aproximadamente 11 milhões de vacinas em solo nacional", afirmou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. Mesmo com as vacinas, uma das profissionais de saúde mais atuantes durante a pandemia, Margareth Dalcolmo, pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, disse em entrevista à Folha que o Brasil está atrasado na organização da vacinação, o que vai estender o prazo para imunização da população brasileira, e que ser vacinado não nos isenta de andar de máscara pelos próximos dois anos.
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