Em um momento em que hospitais e autoridades alertam para uma possível segunda onda da covid-19 em São Paulo — negada pelos governos do estado e municipal —, a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) segue sendo, desde março, a testagem para dimensionar o avanço da pandemia e preparar os sistemas de saúde dos países. Em São Paulo, levantamento inédito publicado hoje no UOL, assinado pela repórter Gabriela Sá Pessoa mostra que, assim que os casos e óbitos começaram a diminuir em agosto, também caiu significativamente o número de testes no estado. Naquele mês, foram registrados 42 mil exames e 1.114 casos a menos do que em julho. As estatísticas foram reduzindo progressivamente nos meses seguintes. Na sexta-feira passada (20), o boletim diário de acompanhamento da pandemia da Prefeitura de São Paulo informou que a taxa de ocupação dos leitos de UTI exclusivos para a covid-19 estava em 50% —um aumento de 14 pontos percentuais em relação à semana anterior. Segundo a Secretaria de Saúde, só são examinados na rede pública os pacientes sintomáticos. "Os testes são realizados com base nas normas do Guia de Vigilância Epidemiológica para o coronavírus do Ministério da Saúde, que prevê diagnóstico de sintomáticos e isolamento para assintomáticos. Portanto, a demanda varia conforme o cenário epidemiológico", afirmou a pasta. Sem diagnósticos, estratégias são como tiros no escuro. Se não forem testados casos suspeitos ou pessoas que tiveram contato com o paciente, é difícil saber como a pandemia está evoluindo e se caminhamos, ou não, para uma nova tendência de aumento nas curvas de diagnósticos e mortes.
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