O ministro Luís Roberto Barroso vocalizou a reação do Supremo Tribunal Federal (STF) aos ataques sofridos pelo Judiciário na reunião ministerial do governo de 22 de abril. Ao tomar posse na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse que a Corte pode ser criticada, mas isso não pode justificar “o ataque destrutivo às instituições, a pretexto de salvá-las, depurá-las ou expurgá-las”.
O que isso significa: ministros do Supremo dizem que essa será a postura da Corte em relação à hostilidade do governo — repúdio, mas sem ação na Justiça, na tentativa de não piorar a crise política.
Reação: preocupado com a repercussão negativa, o governo tenta melhorar o clima com os integrantes do STF. O ministro da Justiça, André Mendonça, procurou um ministro da Corte. O presidente Jair Bolsonaro, que havia divulgado referência indireta ao ministro Celso de Mello, disse, em nota, que reafirmava o “compromisso e respeito com a democracia e membros dos Poderes Legislativo e Judiciário”.
Em paralelo: o Senado aprovou convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para dar explicações sobre a declaração em que defendeu a prisão de ministros do Supremo.
Investigado por suposta interferência na Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro visitou, sem agendamento prévio, o procurador-geral da República, Augusto Aras, responsável pela investigação. Eles estiveram juntos na posse de um procurador federal. Ontem, Bolsonaro pediu o arquivamento do inquérito e classificou como “levianas” as acusações contra ele.
Por que isso importa: caberá a Aras denunciar ou não Bolsonaro após o fim das investigações. O procurador-geral tem sofrido críticas por uma atuação supostamente alinhada ao presidente.
Em paralelo: a Secretaria-Geral da Presidência admitiu que o então ministro da Justiça, Sergio Moro, não assinou o decreto de exoneração de Maurício Valeixo da direção-geral da Polícia Federal. O governo afirma não ter havido falsificação. O caso é investigado no inquérito sobre a tentativa de interferência de Bolsonaro na PF.
Depois de atuar junto ao governo para obter monopólio no pagamento do auxílio emergencial, a Caixa Econômica Federal prepara parcerias com maquininhas de cartão de crédito. O objetivo é conceder empréstimos a micro e pequenas empresas em novo programa de crédito.
A Caixa, que receberá R$ 82 milhões pela execução do pagamento do auxílio, celebra a abertura de 40 milhões de contas digitais com a medida. “Já somos a maior fintech do Brasil e isso foi feito em 40 dias”, afirmou o presidente do banco, Pedro Guimarães.
Bastidores: outras instituições procuraram o governo e parlamentares para operar o repasse do auxílio. O Ministério da Cidadania escolheu apenas a Caixa. Até o Banco do Brasil, que se enquadra na lei que instituiu o benefício, ficou de fora.
Analítico: a Caixa quer vencer no mundo digital sem encarar de frente seus concorrentes, afirma Renato Andrade. “O problema é que o avanço das fintechs mostra que, se as regras do jogo garantirem concorrência de verdade, a velha estatal não terá vida fácil”, diz.
Bolsonaro escolheu as armas para o inquérito que pode tirá-lo do cargo. Numa mão, ele estala um chicote contra o STF. Na outra, exibe uma cenoura para o procurador-geral
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