A maior parte dos melhores atletas do mundo já têm, se não assegurada, ao menos encaminhada a participação nas Olimpíadas de Paris, daqui a 248 dias. Na contramão, o skate apresenta um cenário que vai ficando cada vez mais incerto, quando deveria ser o contrário. Fosse de praticamente qualquer outra modalidade, Rayssa Leal já estaria garantidíssima. Ela é segunda do ranking olímpico, com 151 mil pontos, enquanto a última da zona de classificação não tem nem 10 mil. Mas, depois de um ano e meio de corrida olímpica, ter 150 mil pontos ou 1,5 mil pode não fazer diferença. Ninguém sabe dizer se a World Skate vai, como vem sendo especulado, zerar a pontuação para a "segunda fase" da corrida. Em tese, são duas fases. Uma, indo até 17 de janeiro para o park e até uma semana depois para o street. E, outra, dali até 24 de junho. Mas nem essas datas serão respeitadas. No sábado (18), a World Skate soltou circular avisando que torneios antes marcados para Sharjah, em janeiro, serão adiados para os dois primeiros finais de semana de março, em Dubai, também nos Emirados Árabes Unidos, em pistas novas — quem pagou para ir treinar em Sharjah perdeu tempo e dinheiro . A tal primeira fase, assim, vai até 3 (park) e 10 (street) de março. Depois disso, seguem na disputa os 44 melhores de cada prova, com limite de seis por país. Mas como será a corrida, ninguém sabe dizer. Seguem valendo os pontos já conquistados? Eles serão zerados? Terão algum peso? Ou vai ser igual o velho Passa ou Repassa, cuja última prova valia um milhão de pontos e invalidava tudo que acontecera antes? A Confederação Brasileira de Skateboaring (CBSk), que vem batendo de frente com a World Skate, está certíssima em reclamar desse modelo, que fede a amadorismo. Corre-se o risco de deixar fora da Olimpíada atletas de ponta, candidatos a medalha, se eles se machucarem durante uma janela minúscula, que vai de abril a junho. Ainda mais em um esporte de impacto, como o skate. Esse temor deverá circundar os dois próximos grandes eventos da modalidade. Primeiro, o Super Crown da SLS, em São Paulo, nos dias 2 e 3 de dezembro. Depois, no Mundial de Street, marcado para de 10 a 17 do mês que vem, em Tóquio. |
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