Se eu ganhasse hoje o poder de mudar alguma coisa no sistema educacional brasileiro, minha primeira ordem seria instituir uma disciplina dentro da grade curricular chamada Imaginação. Nesses 40 ou 50 minutos (eu seria uma ótima nomeação né, não sei nem quanto dura um período escolar hahah), as crianças e adolescentes seriam incentivadas a imaginar coisas livremente. Imaginar o quê, Braga? Qualquer parada. Poderiam imaginar novas roupas, imaginar novas cores, imaginar novos programas de TV, novos meios de transporte, aplicativos, animais, palavras, danças. Não seria uma aula focada em resultados práticos. Nada de “vocês precisam imaginar algo que a gente possa usar depois e etc”, não! Imaginar apenas para exercitar o potencial imaginativo. Não existiriam respostas certas ou erradas e tampouco notas, apenas imaginações diferentes. Imaginem (kkkk) que legal fazer um trabalho de aula para imaginar o mundo daqui 100 anos, descrever como seria uma civilização alienígena ou criar um esporte que se pratica totalmente embaixo da água? (Enquanto escrevo isso fico imaginando que ser esse professor talvez seja a coisa mais legal do mundo 🤩) Sério, imaginem que massa simplesmente permitir que pessoas imaginem. E imaginem o que o mundo ganharia com pessoas mais imaginativas! A imaginação não nos permite apenas criar novos roteiros de séries ou escrever livros de ficção. Ela nos possibilita a quebra de estruturas pré-concebidas ao criar espaço para novas soluções. Coisas como a democracia, as grandes navegações, o pouso na Lua, o walkie-talkie e a semana de 4 dias de trabalho são frutos da imaginação humana e levaram a sociedade para frente quando foram colocados em prática.
Felizmente, ainda temos pessoas que imaginam. Artistas de várias áreas são exemplos disso. Através de suas obras conseguem nos brindar com ideias novas e que trazem frescor para a nossa visão da vida. Ao mesmo tempo, vejo as soluções que nós como sociedade chegamos para os nossos problemas e bate uma depressão. Sempre as mesmas ideias. A solução para engarrafamento é viaduto, para insegurança é mais polícia, para a poluição é separar o lixo, para criminalidade é pena mais dura, para maus resultados é trazer o Felipão, e por aí vai. A humanidade sofre de falta de imaginação. Uma prova disso foi a forma como a gente lidou com a pandemia. A discussão estava alicerçada em apenas duas respostas: lockdown ou liberar geral. A grandissíssima maioria só enxergava duas possibilidades, seguir normalmente a vida ou parar tudo. Não vi nenhuma cidade com uma solução diferente. Nada. Ter a capacidade de imaginar é pré-requisito para a criatividade surgir, e pessoas acostumadas a imaginar terão muito mais facilidade para pensar em novas soluções para os problemas que surgirem à sua frente. Ken Robinson, estudioso da educação e criatividade, disse: “imaginação é o poder de trazer para a mente coisas que não estão presentes nos sentidos, criatividade é imaginação aplicada”. Uma sociedade mais imaginativa poderá lidar melhor com a complexidade que vivemos no mundo atual, especialmente em momentos onde as soluções que já experimentamos não nos servem mais. Mas, para criarmos uma sociedade acostumada a enxergar novas realidades e possibilidades, precisamos praticar a imaginação desde cedo. Ao tratar a imaginação como tratamos a matemática, o português e a biologia, estamos fazendo dela uma habilidade padrão, acessível a qualquer pessoa e disponível aos montes em cada cidade do país. Vocês conseguem imaginar um mundo assim? Espero que gostem dos links:
Oie. Meu nome é Luciano Braga. Sou realizador de diversos projetos criativos nas áreas da comunicação, comédia, ficção e impacto social. Boto minha energia em iniciativas que desafiam minha criatividade, que empoderam pessoas e que deixam um legado positivo no mundo. Quer me conhecer? Vem no meu Instagram. |
quinta-feira, 30 de novembro de 2023
Links do mês #092 e uma disciplina chamada Imaginação
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