Olá, Na semana em que a Independência do Brasil completa 200 anos, é importante refletir sobre o significado da palavra independência. Frequentemente, associamos esse termo à autonomia político-administrativa dos Estados, bem como ao reconhecimento de sua soberania por outras nações. Em contrapartida, a globalização tornou mais complexas as relações entre os países, fazendo com que seja cada vez mais difícil classificar uma nação como sendo totalmente independente. Hoje, nenhum país consegue prosperar sem estabelecer sólidas relações comerciais, políticas e diplomáticas com seus pares. Contudo, um país pode depender de outros em diferentes graus. A União Europeia (UE), por exemplo, foi criada em 1992 a partir do desejo de boa parte das nações europeias de estabelecer um modelo de cooperação econômica e política entre si. Em 1999, os países-membros da UE decidiram dar mais um passo na direção da interdependência, com a criação do Banco Central Europeu (BCE) e de uma moeda única, o euro. Nem todos os Estados que integravam a União Europeia se entusiasmaram com a decisão, com países como a Inglaterra tendo optado por manter sua própria moeda, a libra, e a independência do Bank of England, o banco central do Reino Unido. Nota-se, neste caso, que uma série de nações -dentre as quais algumas das mais ricas do planeta- abdicaram de parte de sua autonomia para integrar um bloco de países que está sujeito às mesmas normas e regras. Mais recentemente, alguns países europeus passaram a abdicar pouco a pouco de sua independência energética em defesa de uma agenda que prega a sustentabilidade, com pautas como a redução do uso de fontes de energia poluentes, como o carvão e o petróleo, e a desnuclearização da matriz energética. Com um robusto programa de fechamento de usinas nucleares, a Alemanha se viu cada vez mais dependente do gás natural russo para suprir a demanda de seus cidadãos por energia. Além da Alemanha, outras nações europeias também são altamente dependentes do gás natural russo, como a Finlândia e a Itália. Dessa forma, a interrupção do fornecimento de gás natural para a Europa por tempo indeterminado é mais um duro golpe desferido contra o continente em meio à grave crise energética que assola a região. Em suma, os cidadãos europeus deverão pagar mais caro em suas contas de energia graças às decisões tomadas por um governo estrangeiro, em retaliação ao posicionamento dos governos locais com relação a uma invasão a uma nação soberana e, teoricamente, independente. No final do dia, quem pode se declarar independente? Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes UOL, que possuem acesso integral ao conteúdo de UOL Investimentos): informações sobre a proposta de aquisição da Dommo, antiga OGX, pela petrolífera Prio. Um abraço, Rafael Bevilacqua Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante ********** NA NEWSLETTER UOL INVESTIMENTOS A newsletter UOL Investimentos analisa o que é melhor para ter renda mensal: comprar imóvel ou investir em fundos imobiliários. Para se cadastrar e receber a newsletter semanal com dicas de investimento, clique aqui. Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para duvidasparceiro@uol.com.br. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário