Olá, leitores! Como vão? Basta uma olhadinha no noticiário para gente entender que 2022 não vai ser moleza. É apenas o segundo mês do ano e a gente já teve de encarar perdas e violências que nos deixam sem palavras. Nós do TAB caímos na rua para mergulhar nessas histórias reais, seja para falar do rastro de sonhos que as fortes chuvas deixaram na Grande São Paulo ou a vida interrompida do congolês Moïse Kabamgabe, que, segundo amigos, vivia dizendo "Je suis desolé" (que significa 'sinto muito' em francês), estando errado ou não. Nesta newsletter quentinha, ainda trazemos histórias da cantiga de Lia do Itamaracá e outras tantas assombrosas e sobrenaturais, narradas por um caminhoneiro na estrada. Suba aí com a gente! Sonhos soterrados As fortes chuvas deixaram um rastro de guerra em Franco da Rocha e Francisco Morato, municípios da Grande São Paulo. Entre vidas e bens perdidos, o sonho da casa própria foi soterrado para muitas famílias. Num esforço de reportagem de Rodrigo Bertolotto e Mateus Araújo, estivemos na região que nos últimos anos atraiu a população de baixa renda para loteamentos, a maioria clandestinos, no chamado "urbanismo de risco". Contamos as vidas e sonhos que nascem e morrem nas beiras de encostas e rios. Os últimos dias de Moïse Dois dias antes de ser brutalmente morto, o congolês Moïse Kabamgabe jogou bola com os irmãos e foi com amigos num "pagofunk". A folga do fim de semana foi interrompida pelo trabalho no quiosque Tropicália, na praia da Barra. Aos mais próximos, reclamou do pagamento atrasado e disse que iria voltar com grana no bolso para comprar cerveja e carne para o churrasco. Não voltou. TAB conversou com familiares e amigos para contar a história do rapaz de 24 anos, morto a pauladas por três homens. Estivemos também no ato em frente ao quiosque, com a presença de movimentos negros e a comunidade congolesa. Contos da boleia Em um Ford 350, no início de sua carreira como motorista de caminhão, Márcio Coxa deu de cara com o vulto de uma mulher vestida de noiva na estrada. O resto é história. Com 33 anos no volante, o caminhoneiro viaja o país distribuindo cargas e coletando histórias sobrenaturais no podcast "Estrada Sobrenatural", fruto da sua paixão por novelas de rádio e por um bom "causo" vivido por ele ou seus colegas de ofício. Solta essa língua! "A partir de hoje, você nunca mais vai chupar com língua frouxa e boca murcha." É com esse incentivo que Agatha Lee Harper apresenta um dos cursos que oferece, "Delícias do Sexo Oral", em uma plataforma de produtos digitais. Entre exercícios para "afrouxar" a boca e indicações das melhores posições, ela ensina técnicas para mulheres entre 35 e 48 anos. "Quando a gente utiliza as técnicas do mindfulness, a gente chupa com vontade", orienta a coach de sexo oral. 'Bateu, levou' A voz da pernambucana Maria Venâncio embarga quando fala do momento em que, na calçada da Escola Básica Manuel Coco, em Odivelas, região metropolitana de Lisboa, viu a blusa de moletom do filho manchada de sangue. Soube depois, horrorizada, que aquilo foi resultado do desentendimento entre ele e a auxiliar de ensino da instituição: uma violenta bofetada. Mais sobre essa história, direto de Lisboa, nas palavras da jornalista Natália Eiras. As lutas de Luís Cláudio Enquanto Acelino "Popó" Freitas abre as portas da casa no luxuoso condomínio em Lauro de Freitas, na Bahia, seu irmão Luís Claudio anda de sandálias no pátio. Seria impossível não saber que se tratava de um Freitas: são todos muito parecidos. Responsável pelo sucesso estrondoso do boxeador nos anos 1990 e 2000, é ele quem estava no córner do irmão na luta contra Whindersson Nunes. Com mais de 20 lutas no cartel, Luís Cláudio foi nocauteado de uma maneira dolorosa. Em 2021, seu filho Nijalma morreu com dinheiro na carteira para comprar uma aliança para a namorada, num crime nunca resolvido. Vapor, cerveja e petiscos Sob o slogan de "sauna familiar", a Termas Chuí abre as portas toda quinta-feira para o público feminino. Ali, um grupo grande de amigas, com idades entre 50 e 80 e poucos anos, se dividem em mesas e espreguiçadeiras por onde passam risadas, cerveja e petiscos. Nesse clube da Luluzinha, Alaíde Costa, carinhosamente chamada de Lalá, é uma das frequentadoras mais longevas. Para a cantora, uma das maiores do país e que vive uma maratona de lançamentos e shows, as quintas na sauna em São Paulo são sagradas. A ciranda da sereia Lia de Itamaracá é quase uma sereia que habita o imaginário popular do estado de Pernambuco, no qual foi eleita Patrimônio Vivo. Aos 78 anos, a Rainha da Ciranda vive um novo auge. Além de um memorial, a "Embaixada da Ciranda", na cidade de Itamaracá, ela ganhará em breve uma exposição no Itaú Cultural em São Paulo e estreia outro trabalho como atriz, no elenco de uma série da Netflix. O repórter Mateus Araújo esteve com ela no primeiro show de Lia em quase dois anos. "Sinto muita alegria que me façam esse carinho comigo viva", confessa a cantora. "Lia está viva." |
Nenhum comentário:
Postar um comentário