Já diz o ditado que quem procura, acha. Mas, será mesmo? Bem, depende daquilo que você estiver procurando. No caso do nosso colunista Akin Abaz, ele achou. Já o também colunista Carlos Affonso, não. Ok, cada um estava atrás de coisas bem diferentes, mas as respectivas buscas merecem ser contadas. Começando por Abaz na sua mais recente coluna em Tilt, ele fala sobre o Dia de Limpar o Computador. Sim, a data existe e, neste ano, caiu no dia 14 de fevereiro. Limpar o computador faz bem para a máquina e é ótimo para um melhor funcionamento e durabilidade. E essa limpeza é interna e física mesmo. É possível tirar a poeira da placa mãe, do cooler e das demais placas do computador. Agora, nessa de procurar sujeira para limpar os computadores, Abaz conta que na empresa na qual ele é presidente-executivo, já foram encontrados ninho de formiga, dinheiro, uísque, anel de noivado, comida, cartão de banco, preservativo masculino e mais um montão de itens inusitados. Viu só como quem procura acha? Vai saber o que está dentro do seu computador, não é mesmo? Já o colunista Carlos Affonso estava atrás de algo mais sério. E por mais que tenha procurado, não achou. Isso, aliás, é bem grave. Não apenas Affonso, mas todos os brasileiros que procurarem por determinados dados relativos ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 e ao Censo Escolar da Educação Básica 2021 não vão encontrá-los. O Inep encolheu o volume de informações disponibilizadas. E a culpa recaiu na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). No caso do Enem sumiram informações sobre a escola em que a pessoa —que não é identificada— estudou, além de seu município de nascimento e de residência. Também desapareceram informações sobre acessibilidade do aluno (como requisições de cadernos de prova com letras grandes). A alegação é que esses dados poderiam levar à reidentificação da pessoa. Já no Censo, a forma de apresentação das informações foi bastante alterada, não mais sendo divulgadas informações sobre escolas, alunos, docentes, gestores e turmas. Agora as informações estão aglutinadas por escola e são em menor número do que o existente em versões passadas. Sem essas informações, várias análises sobre o estado da educação no país ficam prejudicadas. E o pior é que não é a primeira vez que o governo culpa a LGPD para reduzir a transparência de informações que deveriam ser públicas. Ela já foi usada para não divulgar relatórios sobre trabalho escravo e para ocultar o registro de visitantes no Planalto e no Palácio da Alvorada. Em sua coluna, Affonso alega que o argumento usado é errado e inconstitucional. Neste caso, quem procura, não acha. E a culpa, nem é dos pesquisadores, que vão ter dificuldades para compreender melhor, por exemplo, o impacto da pandemia nas atividades educacionais. |
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