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Vou meter a minha colher no grande jogo da Supercopa! Ainda cabe espaço para mexer no caldeirão. Passados alguns dias, a discussão sobre Gabigol continua. Pipocou, não pipocou, o técnico Paulo Sousa devia ter definido antes, Vitinho foi colocado numa fria... Acho que ele não pipocou, como alguns insistem em afirmar. Vou na linha do Casagrande, do Menon e do Fernando Calazans. Na linha do egoísmo, da vaidade. Calazans escreveu no site Ultrajano: "Gabigol marca e perde gols, em meio a sua vaidade. Quem sabe o técnico atual, que já identificou o problema, tenha uma solução? Quem sabe consegue reduzir o tempo todo de reclamações que Gabigol repete a cada jogo, discutindo com árbitros, com companheiros de time e até com torcedores e dirigentes? Quem pode controlar a vaidade e o egocentrismo de Gabigol? Com Gabigol melhor até do que é, o Flamengo seria bem melhor também." Menon foi fundo: "Não vou falar em pipoqueiro. Ele nunca demonstrou essa falta de qualidade. Sempre foi alguém pronto para a Hora H. O que não se pode aceitar foi sua estratégia kamikaze. Ele se resguardou para quando o Galo errasse. Então, ele iria para a definição. Kamikaze ou Narciso?" Casagrande não aliviou: "Não acho que pipocou, porque já demonstrou várias que não é pipoqueiro. Só que é supervaidoso, egoísta e gosta o tempo todo de ser o centro das atenções. Ele errou, não merece ser crucificado, mas precisa refletir sobre ser menos egoísta..." O curioso é que não queria escrever sobre Gabigol, seu egoísmo e vaidade, mas sobre o herói da partida. Não, não estou falando do Hulk, que levou o carro por ser escolhido o melhor em campo. O herói foi Everson Felipe Marques Pires, o da barba esquisita, o varapau de mais de 1,90 m, o desengonçado goleiro que joga melhor com os pés do que muita gente que joga na linha. E que não foi um herói improvável. Faz tempo que é figura de proa do Galo, salvando a pátria não só em disputa de pênaltis, mas com defesas milagrosas durante as partidas. Sem o charme e os holofotes da Premier League, onde estão dois bons goleiros brasileiros da seleção, Everson é, ao lado de Weverton, o melhor goalkeeper do país. Filho de Pindamonhangaba, zanzou por Guaratinguetá, Piauí, Sergipe, Ceará e Santos até chegar sob desconfiança no Galo. A torcida do Galo doido vingador, viúva do Vitor, cismou com ele por muito tempo. Hoje o carrega nos ombros. | Everson segura um crucifixo durante a disputa de pênaltis em Cuiabá | Imagem: Gil Gomes/AGIF |
Everson tem o rosto fincado do brasileiro batalhador, aquele que arrasta um caminhão para se ajeitar na vida e dar conforto para a família. Leva sempre consigo um crucifixo, que coloca dentro do gol, fazendo questão de mostrar a todo momento a sua desabalada fé. O barbudo Everson é o meu personagem da semana! |
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