Duas reportagens hoje no UOL apontam mais indícios como se deram as negociações para a chegada das vacinas da Covaxin ao Brasil. O preço fixado em US$ 15 por dose —270% mais caro do que a própria Índia pagou um mês antes— colocou o negócio na mira da CPI da Covid, no Senado, e do MPF (Ministério Público Federal), que identificou indícios de superfaturamento e corrupção. A repórter Amanda Rossi detalha uma planilha da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que documenta as reuniões com um espaço em branco: onde se informam os nomes dos participantes da discussão sobre a Covaxin, produzida pela Índia. A reunião ocorreu em 20 de janeiro deste ano entre a Precisa Medicamentos, intermediária do laboratório indiano no Brasil, e a Coordenação de Inspeção e Fiscalização Sanitária de Insumos Farmacêuticos, da Anvisa. A agilidade do contrato também gerou suspeitas e fica também demonstrada em reportagem de Hanrrikson de Andrade e Luciana Amaral, em que mostram que o governo Jair Bolsonaro precisou de apenas uma reunião técnica, em novembro de 2020, para encaminhar três semanas depois um "memorando de entendimento não vinculante" por meio do qual manifestava interesse na compra da Covaxin. A vacina até hoje não obteve autorização da Anvisa para uso emergencial. O contrato para aquisição de 20 milhões de doses foi assinado em 25 de fevereiro deste ano, após 97 dias de conversas entre as partes, ao custo final de R$ 1,6 bilhão. Trata-se da vacina mais cara entre as que foram compradas pelo governo Bolsonaro.
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