O plano de vacinação contra a covid-19, apresentado pelo Ministério da Saúde nesta semana, tem uma série de buracos e questões logísticas não respondidas, avaliam médicos e especialistas em saúde pública ouvidos pelos repórteres do UOL Cleber Souza e Lucas Borges Teixeira. Há pontos positivos e negativos na divisão dos grupos pelas etapas de vacinação, mas os entrevistados são unânimes ao afirmar que não há explicação suficiente sobre como ele sairá do papel. O fundamental é garantir acesso a todas as pessoas que precisam -- em país nenhum vai ter pra população toda. O plano merece crítica nesse sentido, pois não preenche as questões básicas do planejamento para esse tipo de vacinação, que exige muito esforço." Gulnar Azevedo e Silva, diretora do IMS-Uerj (Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro) O que falta para a Anvisa aprovar vacinas contra covid testadas no Brasil?Quatro potenciais vacinas contra a covid-19 estão sendo testadas no Brasil, escreve a repórter Ana Carla Bermúdez: a vacina da Universidade de Oxford, desenvolvida em parceria com a AstraZeneca; a CoronaVac, parceria do laboratório chinês Sinovac com o Instituto Butantan; a vacina da Pfizer em parceria com a BioNTech; e a vacina do laboratório belga Janssen-Cilag. Todas se encontram em fase final de testes clínicos, a chamada fase 3, e já submeteram alguns resultados de todo o processo de estudos para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), responsável pela regulação de vacinas e medicamentos no Brasil. Na prática, isso significa apresentar "todos os dados da população que tomou a vacina e teve ou não teve a doença, e a população que não tomou a vacina, que tomou placebo, e que teve ou não teve a doença Lei assinada por Bolsonaro permite vacina sem registro da Anvisa, mas Doria tem histórico de recuosA lei 13979, aprovada pelo Congresso Nacional em fevereiro de 2020 e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), explica o repórter Marcelo Oliveira, pode autorizar um de seus maiores adversários políticos na atualidade, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), a determinar a vacinação de cidadãos paulistas com a CoronaVac, produzida em parceria pela empresa Sinovac, da China, e o Instituto Butantan. Hoje, sem apresentar todas as cartas que teria na manga, Doria anunciou que não é preciso esperar até março, como o governo federal pretende fazer, e que vai começar a vacinar os paulistas em janeiro. Prometeu apresentar os detalhes do plano no dia 7 do mês que vem. Apesar de Doria ter a lei ao seu lado, além de vacinas prontas em estoque, o governador já recuou de anúncios e declarações relativas ao controle da pandemia no Estado.
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