O assassinato de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos espancado por dois seguranças de um supermercado Carrefour em Porto Alegre gerou uma onda de luta e discussões antirracistas pelo país. Não só por ter acontecido às vésperas do Dia da Consciência Negra, mas por se tratar de prática comum na vida cotidiana de milhares de brasileiros e brasileiras. Crispim Terral, 35, é empresário e estava com a filha em uma agência da Caixa em Salvador. Ele foi agredido por policiais militares diante da adolescente, e ficou quase cinco horas na agência para resolver um saque indevido em sua conta corrente. A memória foi inevitável ao saber do Caso João Alberto. Sou vítima e sobrevivente desse sistema racista que mata o nosso povo diariamente. A violência se repete e eu fico pensando: até quando vai acontecer? Podia ter sido eu ali, e quase foi." Matheus Fernandes, 18, foi a uma loja Renner no shopping Plaza na Ilha do Governador, no Rio, para trocar um relógio que havia comprado para o Dia dos Pais. Foi perseguido por dois homens, encurralado e imobilizado no chão da escadaria. Ele foi acusado de ter roubado o acessório e de ter uma "atitude suspeita". Uma menina negra de apenas 11 anos foi sozinha à loja de doces UFA Atacadão, na Penha, no Rio, comprar pipoca a pedido da mãe. O segurança a acusou de roubo e a fez levantar a blusa em público para comprovar sua inocência. Hoje, o UOL publica reportagem de Beatriz Mazzei com relatos de clientes que, como o Beto, convivem com o racismo estrutural e momentos de tensão e agressão em lojas e estabelecimentos.
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