O Comitê Olímpico do Brasil (COB) está sendo prudente ao informar que Daniel Nascimento obteve índice olímpico, mas ainda aguarda a World Athletics para confirmar vaga em Paris. A realidade é que ele já pode arrumar a mala. Não só ele. Caio Bonfim também. Assim como Ana Vitória Magalhães, a Tota, já pode marcar a viagem olímpica na agenda. Ao completar a Maratona de Hamburgo em 2h07min06, Danielzinho baixou o índice olímpico em mais de um minuto. Dado que só Ronaldo da Costa e Marilson Gomes têm tempos melhores na história, o atleta de 24 anos não precisa se preocupar com o risco de ser ultrapassado por três brasileiros e ficar sem a vaga. Também não é um risco que, até abril do ano que vem, se esgote o total de 80 vagas olímpicas disponibilizadas pela World Athletics e a linha de corte, excluindo os piores tempos entre os que têm índice, o deixe de fora. A World Athletics ainda não disponibilizou o ranking para Paris. Assim, vale usar como referência a corrida por vagas no Mundial de Budapeste, aberta há quase um ano e meio. Nesse ranking, o tempo que Danielzinho fez em Hamburgo o deixaria em 39º, muito à frente de um eventual corte. A situação é muito parecida com a de Caio Bonfim, que venceu a etapa de Varsóvia (Polônia) do Circuito Mundial de marcha atlética. Mais importante do que a medalha de ouro foi o tempo: 1h19min42. A marca também é índice olímpico. É a mesma história: Caio pode perder a vaga se outros três brasileiros forem mais rápidos até o fim da janela de classificação, daqui a um ano (o que não vai acontecer), ou se mais do que 48 atletas atingirem o índice de 1h20min10 (o que também não vai acontecer). Na corrida para o Mundial, idêntica à da Olimpíada, com a única diferença de ocorrer um ano antes, só 25 atletas, até agora, conseguiram índice. Ainda em Varsóvia, Erica Sena também encaminhou a vaga em Paris. Na segunda prova dela depois do nascimento do filho Kylian, que viajou com ela à Europa, a brasileira foi prata nos 20 km. A marca foi muito boa: 1h30min19, a 59 segundos do índice olímpico. Logo logo a vaga sai. De qualquer forma, Erica não precisa, necessariamente, fazer o índice olímpico para ir à Olimpíada. Ela pode buscar a vaga pelo ranking. A atuação de ontem deu a ela 1.132 pontos no ranking da World Athletics. Erica ainda compete em Rio Maior e La Coruña e, com desempenhos semelhantes, terá vaga garantidíssima em Paris pelo ranking. Vaga olímpica 90% certaContra todas as expectativas, o Brasil deve participar da Olimpíada de Paris no ciclismo de estrada, depois de falhar para se classificar a Tóquio. A promissora Ana Vitória Magalhães, a Tota, de 22 anos, foi quinta colocada do Campeonato Pan-Americano, no Panamá, e isso muito provavelmente vai valer vaga olímpica. A competição classifica as duas melhores colocadas de países que não conseguirem vaga pelo ranking de nações. Como três delas são de EUA, Canadá e Colômbia, do top 20 mundial, é provável que uma vaga acabe na mão do Chile e, outra, na de Tota. De forma geral, o Brasil vive péssima fase no ciclismo de estrada. No feminino, o país é só 42º colocado do ranking mundial, atrás do Paraguai - valem os resultados das cinco melhores do país. Para se ter uma ideia: com o quinto lugar no Pan, Ana Vitória somou 100 pontos. Tirando os pontos conquistados pelo Campeonato Brasileiro, o país tem somente outros 31. No masculino, a situação é ainda mais crítica — o Brasil é 51º do ranking. Mas conseguiu um bom sexto lugar no Pan-Americano, com Nico Sessler. E isso também pode render uma vaga olímpica mais para frente. Os 45 melhores países do ranking têm lugar em Paris, e esse é o caso do Canadá (22º), que fez ouro e bronze; da Argentina (35º), que ganhou prata; e do Equador (19º), que conseguiu um quinto lugar. Se continuar assim, as vagas passam a ser do Uruguai (47º), que foi quarto no Pan, e do Brasil. |
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