NEGA DA NET: Tragédia em escola não é problema de armamento, mas de educação

segunda-feira, 27 de março de 2023

Tragédia em escola não é problema de armamento, mas de educação

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Segunda-feira, 27/03/2023

Policiais em frente à escola Thomazia Montoro

Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Tragédia em escola não é problema de armamento, mas de educação

Em momentos de tragédias como a da escola Thomazia Montoro, ressurgem as vozes que pregam o armamento da população -no caso, o dos educadores. Para Leonardo Sakamoto, isso é combater estupidez com estupidez. O colunista avalia que a sociedade precisa se desarmar sistemicamente. "Imagine se, em vez da faca, o rapaz tivesse acesso a um fuzil", escreve.

Jeferson Tenório atenta para a reprodução de estruturas sociais violentas dentro da escola. "Os procedimentos escolares em prol de uma suposta aprendizagem estão intimamente ligados à manutenção da hostilidade", avalia. "É necessário um ensino integrado com as famílias, em que a ética e a alteridade sejam valores inegociáveis."

Leonardo Sakamoto: Armar professores e funcionários não evita tragédias como a da escola de SP
Jeferson Tenório: Tragédia em escola é mais um atestado de que educação continua falhando

Torcedor com a filha no colo agride jogadores

Reprodução/Twitter

Uma ideia: abrir o Beira-Rio para mulheres e crianças

Milly Lacombe decreve a cena muito melhor do que eu conseguiria: "As imagens são grotescas: homens em completo descontrole, movidos por histerias violentas, correndo uns atrás dos outros para aplicar pontapés e sopapos no que viam pela frente". Isso é o que ficou na memória da eliminação do Inter pelo Caxias no Gaúcho.

Especialmente uma cena ainda mais desprezível: a do torcedor que, com a filha no colo, agredia jogadores. Casagrande pede o óbvio, que às vezes a gente esquece de olhar: "Essa menina deveria estar chupando um sorvete, comendo pipocas, triste porque o time do seu pai perdeu. Mas depois ir para casa em segurança para jantar com a sua família", diz.

Milly sugere uma forma de fazer essa barbaridade resultar em algo bom: abrir o estádio apenas para mulheres e crianças e deixar que a arquibancada ressoe a voz feminina. "Vamos fazer história, que tal?"