Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) vão se enfrentar no segundo turno da eleição para presidente do Brasil. Neste domingo, o petista obteve pouco mais de 48% dos votos e, apesar da liderança, frustrou os apoiadores que ainda contavam com uma vitória no primeiro turno. Já o atual presidente passou dos 43% e obteve uma votação mais expressiva do que a projetada nas pesquisas eleitorais, levando a decisão para o dia 30. Apesar do clima de otimismo por ter chegado ao segundo turno, Bolsonaro precisa de um feito inédito: vencer a eleição depois de terminar o primeiro turno na vice-liderança. Isso nunca aconteceu nas eleições para a Presidência. Do lado petista, o desafio maior é superar a frustração de não ter liquidado a fatura hoje e segurar o avanço de Bolsonaro, que no segundo turno contará, além de tempo de televisão igual ao do rival, com palanques importantes como o de São Paulo, onde venceu hoje e viu seu candidato, o ex-ministro Tarcisio de Freitas, passar para o segundo turno na primeira colocação — justamente contra o candidato de Lula, Fernando Haddad (PT). Após a eleição de hoje, Lula afirmou que o segundo turno será uma "prorrogação". Já Bolsonaro disse pretender "explicar bem para a população" o que aconteceu na economia durante o seu governo e afirmou que as mudanças que alguns setores da sociedade querem podem ser "piores" para o Brasil, Outro desafio para os dois candidatos é conquistar quem não votou neles. Lula diz que não vê problemas em negociar para ampliar sua base de apoio — vai procurar outros partidos, os candidatos derrotados neste primeiro turno e novos apoiadores de setores com os quais ainda não conversou. Já Bolsonaro pode ter mais dificuldades para obter o apoio de Ciro Gomes (PDT), associado à esquerda, e de Simone Tebet (MDB), por quem foi duramente criticado durante toda a campanha. Leia mais na reportagem de Felipe Pereira e Lucas Borges Teixeira Tebet passa Ciro no fimEmbora com votações que ficaram próximas entre si, Ciro e Tebet saem da eleição com gostos diferentes. Neste domingo, a senadora terminou a votação no terceiro lugar geral, à frente do ex-governador. Tebet, que teve participação ativa na CPI da covid-19 e foi apontada como melhor dos debates eleitorais deste ano, deixará em 2023 o Senado, mas se credencia para voos maiores em 2026, na avaliação do colunista Reinaldo Azevedo, "A Simone conseguiu encaixar tão em pouco tempo um discurso daquela turma que falava que era a terceira via não conseguiu. Ela não investiu no 'nem isso, nem aquilo', ela fez propostas e teve a coragem de ser muito dura com o governo Bolsonaro. (...) Acho que ela, se souber administrar esse capital político, vira uma alternativa de poder em 2026. Precisa ver como ela se coloca nesse jogo", opinou o blogueiro. Já Ciro, que disputava a presidência pela quarta vez, sai da eleição com um gosto amargo. "É um resultado trágico para o Ciro, porque ele vai sair com desempenho de candidato nanico. Aquele que diz que 'sou o único que tenho programa de governo'", avaliou Reinaldo Azevedo. Neste domingo, após a oficialização do resultado, Ciro afirmou que ainda não sabe se apoiará algum dos candidatos no segundo turno e disse se preocupar com o cenário atual do Brasil, que chamou de "situação tão complexa". Tebet disse que não se omitirá e que vai aguardar o posicionamento dos partidos que formaram sua coligação para anunciar a quem apoiará. |
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